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ABI lembra que crime do Dr Jairinho recoloca tortura à jornalistas de O Dia de volta na mídia

ABI diz que a prisão do vereador Dr Jairinho traz de volta a tortura contra jornalista de O Dia que ele participou | Foto: Internet

Com a recente prisão do vereador do Rio de Janeiro, Jairo Souza Santos Junior, mais conhecido como Dr. Jairinho, acusado pela Polícia Civil de torturar e assassinar a criança Henry Borel, de quatro anos, tem outro passaado criminoso, como lembra a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A entidade que representa os jornalistas lembrou que em Dr. Jairinho é herdeiro político do pai, Coronel Jairo (Solidariedade), ex-deputado estadual, que também foi apontado como um dos políticos envolvidos com os criminosos milicianos que em 2011 torturaram jornalistas do jornal O Dia.

Naquele ano, profissionais do jornal O Dia passaram por uma sessão de tortura durante sete horas e meia, após serem descobertos por milicianos que atuam na região da favela do Batan, zona oeste do Rio. Disfarçados, uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal haviam se mudado para o local para fazer uma série de reportagens sobre atuação da milícia na região.

Em um texto publicado na revista Piauí, em 2011, o fotógrafo Nilton Claudino relembrou que um vereador, filho de um deputado estadual, esteve presente na sessão de tortura.“A repórter reconheceu a voz de um vereador, filho de um deputado estadual. E ele a reconheceu. Recomeçou a porradaria. Esse político me batia muito. Perguntava o que eu tinha ido fazer na Zona Oeste. Questionava se eu não amava meus filhos”.

Polícia não investigou na época

Na época, a Polícia Civil do Rio chegou a investigar o deputado Coronel Jairo seguindo a denúncia de que um de seus assessores, de nome “Betão”, havia abordado a equipe de reportagem antes da apuração jornalística começar. O inquérito policial não encontrou elementos suficientes para indiciá-lo. Jairinho, que naquela época já era vereador, não foi oficialmente investigado.

Os profissionais foram submetidos a socos, pontapés, roleta-russa, choques elétricos, sufocamento com saco plástico e tortura psicológica. No texto publicado pela Piauí, Claudino conta ter sido obrigado a deixar sua mulher e os dois filhos e a abdicar da residência no Rio, vivendo escondido até hoje.

“Retomar a vida é difícil. Faço tratamento psicológico e psiquiátrico, tomo uma dúzia de remédios. Quase não vejo meus filhos, que estão crescendo longe de mim. Tenho agora um neto que mal conheço. Não soube mais nada da repórter e do motorista, sumiram. Esqueci dos amigos. Preciso de fotos para me lembrar do rosto de quem gosto. Mas me lembro nitidamente dos que me torturaram”, escreveu Claudino.