Após afirmar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tomou uma decisão política, cumprindo recomendação do governo dos Estados Unidos, para proibir a importação da vacina Sputnik V no Brasil, a fabricante do imunizante russo anunciou nesta quinta-feira (29) adoção de medicas jurídicas. Os russos estão acusando formalmente a Anvisa de ter cometido o crime de difamação e de espalhar fake news. A Sputnik V é um imunizante aprovado popr 62 países, incluindo os vizinhos Argentina, Bolívia, Paraguai e Venezuela, além do México, que não constaram as acusações feitas pela Anvisa.
A fundo russo que produz o imunizante usou a sua conta do Twitter, em português, para anunciar a medida legal e referendar que “que está iniciando uma reclamação legal por difamação contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil por espalhar informações falsas sobre o inoculante russo”. Na última quarta-feira, durante uma sessão com congressistas, o representante da Anvisa admitiu rever a proibição.
Na segunda-feira passada (26), o vice-diretor de pesquisa científica do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, fabricante do imunizante, Denis Logunov, destacou que a Federação da Rússia realiza o controle de série de tudo que é produzido pelo Centro Gamaleya e por outros fabricantes. Dessa forma, Logunov disse que não há nenhum registro de que a vacina possui adenovírus replicante, como acusou a Anvisa, que segundo ele, “não solicitou protocolos de controle de qualidade consolidados”.
Decisão política da Anvisa
“Ou seja, não houve nenhuma discussão sobre […] conteúdo específico de partículas replicantes no medicamento. É importante dar atenção e dizer que a declaração que pelo menos eu vi na imprensa, com certeza, não tem nada a ver com a realidade”, afirmou Logunov. Na terça-feira (27), o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) afirmou que acredita que a decisão da Anvisa de não aprovar a importação da vacina russa contra Covid-19 seja uma decisão política.
“A decisão da Anvisa de adiar o registro da Sputnik V pode ser motivada politicamente. Isso é confirmado pelos dados do relatório do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos de 2020, que fala abertamente dos esforços do departamento de pressionar as autoridades brasileiras e forçá-las a recusar a compra da vacina russa”, enfatizou o RFPI. As informações são do portal de notícias russo Sputnik.