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Venda de hidrelétricas da Escelsa

A multinacional portuguesa quer agora se livrar dos custos de produção de duas hidrelétricas que possui no Rio Doce

Namy Chequer

– Haja energia para o povo capixaba! Um povo que não tem sossego, quando o assunto é energia elétrica. A multinacional portuguesa, EDP, quer agora se livrar dos custos da produção das duas hidrelétricas que possui no Rio Doce. Quer vendê-las. Logo elas, que fornecem a energia que a própria empresa distribui no Espírito Santo.

Lucro fácil

– Engraçado é que na época em que foi privatizada, em 1992, todo mundo sabia que os empresários compradores estavam de olho só no lucro fácil da distribuição da energia. Afinal, com toda rede já montada, com posteamento e medidores instalados, era só esperar o final do mês para emitir as contas para os consumidores. Claro que eles negavam, diziam-se comprometidos com mais investimentos na produção de energia, algo que o poder público já não mais conseguia fazer – alegavam.

Outros tipos de energia

– Pois bem, 20 anos depois revelam-se por inteiro. Não estão nem aí para as hidrelétricas. Dizem agora que o negócio é investir em outros tipos de energia, como a solar, eólica e, quem sabe, atômica.

Suporte da industrialiação

– A coitada da finada Escelsa foi o principal suporte da industrialização do Espírito Santo. Nasceu depois de uma luta titânica do povo pela encampação da norte-americana, Bond And Share, lá nos anos de l950. Até então, nosso Estado estava proibido de se industrializar. Francisco Lacerda de Aguiar, o Chiquinho, conseguiu se eleger governador em 1955 exatamente com o discurso de resolver definitivamente este problema estrutural.

Namy Chequer é jornalista e radialista capixaba. Começou a militância no Movimento Estudantil da Ufes. Foi eleito vereador da cidade por cinco mandatos, ocupou a presidência da Casa legislativa municipal. Autor de várias leis em favor da cultura, juventude, mulheres, crianças e trabalhadores. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES).