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Mesmo sem vacinar a 2ª dose dos idosos, Estado inicia imunização de pessoas com comorbidades

A 1ª vacinada foi Daniele Belo, de 32 anos. Ainda faltam vacinas para 2ª dose de idosos acima de 65 anos | Foto: Governo do ES

Mesmo faltando vacinas para a segunda dose de imunização de idosos acima de 65 anos, com a Coronavac, o Governo do Espírito Santo iniciou, na manhã desta segunda-feira (03), em ato simbólico realizado no Palácio Anchieta, a vacinação de pessoas de outras faixas de idades. Agora são as pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas em mais uma etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 600 mil capixabas devem ser imunizados nesta etapa, sendo 401.670 pessoas com comorbidades; 148.611 pessoas com deficiência permanente e 47.965 gestantes e puérperas. As pessoas com HIV serão vacinas após esse grupo inicial. De acordo com o governador Renato Casagrande, o Estado já tem aproximadamente 200 mil doses para iniciar a vacinação desse grupo. O governador não fez referência aos idosos que já perderam o prazo máximo de até 28 dias a segunda dose, pela alegação de quem não tem vacinas disponíveis.

Avançar

“Com a chegada de mais doses, será possível avançar na imunização de pessoas com outras comorbidades. A partir de agora, essas pessoas vão entrar em um grupo maior de proteção. Já sentimos a redução de óbitos nas faixas etárias que foram vacinadas. Mesmo assim, precisamos que a população continue colaborando, pois ainda não temos vacinas para todos”, afirmou Casagrande.

Ele ainda repetiu a importância de seguir todos os protocolos de biossegurança, como o uso de máscaras, a higienização constante das mãos e objetos, assim como evitar aglomerações. “A quarentena no Espírito Santo mostrou resultados em um momento delicado da pandemia. Conseguimos atender a todos os capixabas que precisaram do sistema de saúde e salvamos mais de 800 vidas, de pessoas que não se infectaram durante o período”, destacou.

Secretário da Saúde

Em sua fala, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, ressaltou a importância de receber os representantes das Apaes e da Pestalozzi, podendo garantir o início da vacinação deste grupo. “Foi simbólico poder trazê-los aqui hoje. Entendemos que nessa fragilidade conseguimos expressar mais cuidado, uma maior quantidade, conseguimos de fato expressar nossa prioridade com a vida”, disse.

Nésio Fernandes pontuou que inicialmente, de acordo com o quantitativo de doses que estavam chegando, seria possível dividir esta nova etapa em duas fases. Entretanto, com a concomitância de chegadas de doses ao Ministério da Saúde, a expectativa é de que esta semana o Espírito Santo possa avançar ainda mais na vacinação contra o novo Coronavírus (Covid-19).

“Será uma semana que vamos vacinar em uma proporção muito maior. A boa surpresa é que tivemos a chegada de vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Butantan e da Fiocruz. A nossa expectativa é que consigamos avançar na fase dois. Nós gostamos de celebrar a vacinação dessa maneira, quando é possível imunizar universalmente grandes grupos populacionais”, declarou.

As doses referentes ao grupo começaram a ser distribuídas na última quinta-feira (29), com o envio de 6,1% de doses para primeira dose de comorbidades; 4,7% de doses a pessoas com deficiência permanente; e 10% de doses às gestantes e puérperas. A distribuição pode ser acompanhada no site Coronavírus ES, por meio do Painel de Vacinação, disponível no link: https://coronavirus.es.gov.br/painel-vacinacao.

As ações de vacinação deverão seguir as estratégias definidas em pactuação entre o Estado e os municípios, na Comissão Intergestores Bipartite, por meio da Resolução CIB nº 048/2021, na qual define as fases a serem seguidas, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizadas e a relação do documento comprobatório que deverá ser apresentado no ato da vacinação.

Fases

 Na Fase I, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizadas: a) na faixa etária entre 18 e 59 anos de idade: pessoas com Síndrome de Down ou deficiência intelectual/mental (autismo, paralisia cerebral ou outras síndromes que desencadeiam a deficiência intelectual/mental); pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise); pessoas com fibrose cística; gestantes e puérperas com comorbidades pré-determinadas no Plano Nacional (PNO); e pessoas com obesidade mórbida (índice de massa corpórea – IMC ≥40);

Na segunda etapa das pessoas com comorbidades serão incluídos os que estão na faixa etária entre 55 e 59 anos de idade: pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Na Fase II será feita a vacinação proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizado: – Pessoas com comorbidades pré-determinadas no PNO; gestantes e puérperas independentemente de condições pré-existentes; pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Nesta fase, a imunização será realizada também segundo as faixas de idade de 50 a 59 anos; 40 a 49 anos; 30 a 39 anos; e 18 a 29 anos.

Comprovação

Ainda segundo a Resolução CIB nº 048/2021, como comprovação para a vacinação, a pessoa deverá apresentar um dos seguintes documentos: laudo médico, prescrição médica ou declaração do enfermeiro do serviço de saúde onde o usuário faz tratamento, além do documento de identificação com foto. O cidadão deverá levar duas cópias do documento comprobatório, uma vez que os serviços de vacinação deverão reter a cópia.

Quanto a data do documento comprobatório, deverá ser de 2018 em diante, ou seja, dos últimos três anos, para condições permanentes e 90 dias para condições adquiridas e transitórias.

Abaixo, a descrição das comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a Covid-19 no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da Vacinação:

GRUPO DE COMORBIDADESDESCRIÇÃO
Diabetes mellitusQualquer indivíduo com diabetes
Pneumopatias crônicas gravesIndivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática).
Hipertensão Arterial Resistente (HAR)HAR= quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada em uso de quatro ou mais fármacos antihipertensivos
Hipertensão arterial estágio 3PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade
Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidadePA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Insuficiência cardíaca (IC) Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar     Cardiopatia hipertensiva       Síndromes coronarianas               Valvopatias       Miocardiopatias e PericardiopatiasIC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association.   Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária.     Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo).   Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras).   Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras).   Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.
Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas   Arritmias cardíacas       Cardiopatias congênitas no adulto       Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantadosAneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.   Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras).   Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico.     Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência).
Doença cerebrovascularAcidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular.
Doença renal crônicaDoença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica.
    ImunossuprimidosIndivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas.
Hemoglobinopatias gravesDoença falciforme e talassemia maior
Obesidade mórbidaÍndice de massa corpórea (IMC) ≥ 40
Síndrome de downTrissomia do cromossomo 21
Cirrose hepáticaCirrose hepática Child-Pugh A, B ou C

Fonte: CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Com base nas revisões de literatura contidas nas referências deste documento.