Com a preocupação do envelhecimento do país, com o número de mortos acima dos nascimentos, a Itália abre no próximo dia um debate sobre a crise demográfica, promovido pelo Fórum italiano das Associações de Famílias. O evento contará com a participação do papa Francisco. Com uma população atual de 60.563.139 pessoas, somente neste ano o país registrou 196.758 mortes e 175.167 nascidos. Uma redução de 21.591 pessoas.
De acordo com o portal de notícias do Vaticano, o Vatican News, a Covid-19 só piorou uma tendência de queda vertiginosa na população. Na Itália não nascem mais crianças como em anos anteriores e o país está envelhecendo e ficando despovoado e as políticas de apoio têm pouco impacto. A crise demográfica é um tema delicado, uma questão que afeta muitas nações, e no dia 14 de maio, em Roma, será objeto de análise e discussão em alto nível institucional, com uma excepcional contribuição inicial do próprio Papa.
Em 1953 a Itália tinha uma população de 50 milhões de habitantes, quantidade superior do que a projetada para o ano de 2100: 47.819.323 habitantes. De acordo com um levantamento histórico feito pela ONU há cinco anos, apenas a cidade de Roma tinha entre 800 mil e um milhão de habitantes no primeiros anos da era cristão. O estudo ainda indica que durante o Império Romano, que em toda a região que dominava na Europa, Norte da África, Oriente Médio e na Ásia, havia 60 milhões de pessoas sob a jurisdição romana. O mundo conhecido na época, sem as Américas, contava com cera de 200 milhões de pessoas no ano dois da era cristã.
Recomeçando
Segundo o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, o papa Francisco participará às 9h30 deste próximo dia 14 no Auditório della Conciliazione em Roma, para o encontro “Stati Generali della Natalità”, onde será discutido o “destino demográfico da Itália e do mundo”. A iniciativa online, promovida pelo presidente nacional do Fórum das Associações de Famílias, Gigi De Palo, trata de um tema “que se tornou ainda mais atual pelos efeitos dramáticos da pandemia, que levou mais de um milhão de famílias a uma situação de pobreza no país”.
O objetivo central do encontro, portanto, é “lançar um apelo de co-responsabilidade para que o país possa recomeçar, a partir de novos nascimentos”. Nesta baixa demográfica, a Itália em particular, há mais de uma década é “um país cada vez mais velho e menos povoado, afetado por carências estruturais e legislativas em níveis fiscais, econômicos e sociais que se refletem na queda dos nascimentos”.
Um cenário que a Itália quer reverter com o impulso da “oportunidade imperdível” do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR), entregue pelo governo italiano à União Européia. Os estrangeiros na Itália representam 8,8% da população. As cinco nacionalidades com mais residentes no país são romenos (1,208 milhão), albaneses (441 mil), marroquinos (432 mil), chineses (305 mil) e ucranianos (240 mil), que representam quase metade do número de estrangeiros na Itália.