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Donos de supermercados europeus ameaçam boicote ao Brasil por nova ameaça às florestas

Ao contrário do obscurantismo dos donos de supermercados capixabas, os supermercadistas europeus ameaçam boicotar o Brasil

Ao contrário de donos de supermercados retrógrados e fascistas do Espírito Santo, que desfilaram com os veículos de sua empresa em carreata a favor do negacionista presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste último final de semana, supermercadistas europeus ameaçam boicote ao Brasil. Por tabela, os supermercadistas capixabas apoiam a necropolítica do presidente com mais de 410 mil mortos pelo seu descaso com a pandemia do Covid-19 e a queima da floresta e a morte dos animais das matas. Do lado da razão e das necessidades do mundo moderno, estão as maiores redes de supermercados da Europa.

Exatamente nesta quinta-feira (5) as grandes redes de supermercados e produtores de alimentos europeus, no total de 38 signatários de uma carta conjunta enviada ao Congresso Nacional do B rasil, anunciaram um boicote a produtos brasileiros em resposta ao projeto reforma agrária entregue em abril pelo governo. No documento, os supermercadistas europeus alertam que o texto da proposta de reforma facilita a privatização das terras indígenas e levaria a um desmatamento maior da floresta amazônica.

Em uma carta aberta aos parlamentares brasileiros, os grupos afirmam que consideram “extremamente preocupante” a apresentação, em abril, do projeto de lei 510/21. O texto foi proposto após a retirada, no ano passado, de uma proposta similar, apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro, à qual já haviam manifestado oposição. Segundo os signatários, esta medida, que prevê a privatização das terras, “ameaça mais do que nunca a Amazônia”.

Preocupações

As grandes redes de supermercados britânicos, como Tesco, Sainsbury’s, Asda, Morrisons e Marks & Spencer, assim como a alemã Aldi e a suíça Migros, além de empresas de produção de alimentos como a National Pig Association, o fundo público de previdência sueco AP7 e outros gestores de investimentos narram, no documento, as preocupações quanto ao esforço de legalização da ocupação privada de terras públicas que receiam ver mais florestas queimadas e limpas para a agricultura.

Os grandes empresários de alimentos da Europa lembram que tem receio dos planos do governo Bolsonaro, “que foram tentados pela primeira vez há um ano, mas que foram retirados depois de mais de 40 grandes organizações terem feito a mesma ameaça sobre o abastecimento da cadeia de abastecimento, conduzam ao desmatamento”. A intenção do atual governo do Brasil, alertam, “abrir o caminho para que mais florestas sejam queimadas e limpas para a agricultura, como a carne de bovino e a soja, que é usada como alimento animal para o gado”.

Metas internacionais

Eles ainda alertam que o intuito de Bolsonaro é o de dificultar o cumprimento das metas internacionais para combater as alterações climáticas, uma vez que as florestas são enormes reservas de carbono e prejudicam os direitos das comunidades indígenas na região. Na carta aberta aos políticos brasileiros, as empresas disseram que a nova lei que está sendo apresentada para votação representava “ameaças potencialmente ainda maiores para a Amazônia do que antes”.

Na proposta em andamento no Congresso brasileiro, que tem o dedo do ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, a carta aberta dos supermercadistas europeus afirma: “O texto prevê a regularização fundiária, por alienação, ou concessão de direito real de uso, das ocupações de áreas de domínio da União”.

Dispensa de vistoria

Segundo o site do Senado brasileiro, lembrado no documento dos europeus, o projeto “estabelece como marco temporal de ocupação a data de 25 de maio de 2012, quando foi editado o Código Florestal”. Além disso, o PL “amplia a área passível de regularização para até 2.500 hectares e dispensa vistoria prévia da área a ser regularizada, podendo ser substituída por declaração do próprio ocupante”.

Apesar da promessa de que o Brasil buscará a neutralidade de carbono até 2050, feita durante a reunião de cúpula do clima organizada em 22 de abril pelo presidente americano, Joe Biden, Bolsonaro não fez nada para desestimular a exploração da floresta amazônica para a agricultura ou mineração. Mas, o presidente ainda tem o apoio declarado de donos de supermercados do Espírito Santo, como é o caso da rede Perim.

“Ao longo do último ano, assistimos a uma série de circunstâncias que provocaram níveis extremamente elevados de incêndios florestais e desmatamento no Brasil”, denunciam os signatários da carta aberta. Eles afirmam que, se nada for feito, “não teremos outro remédio a não ser reconsiderar nosso apoio e uso da cadeia de abastecimento de produtos agrícolas brasileiros”.