Em nota distribuída à imprensa nesta terça-feira (11), a Anvisa diz que o processo da vacina russa segue em diligência “até o cumprimento do requisito legal”
No mesmo dia que o almirante Antonio Barra Torres, o militar que comanda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu depoimento na CPI da Pandemia, e disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o chamou em palácio para mandar adulterar a bula da cloroquina, a mesma Anvisa emitiu um comunicado sobre a sua proibição em importar a vacina russa Sputnik V. Na CPI o militar da Anvisa disse, nesta terça-feira (11) que recusou cometer o crime de adulteração na bula do medicamento sem eficácia contra a Covid-19.
Já no comunicado, a Anvisa disse que entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda na noite desta última segunda-feira (10), uma lista contendo os documentos que ainda precisa para fazer uma análise conclusiva sobre a a importação da vacina russa Sputnik V. Enquanto a Anvisa faz um jogo de cena para atrasar a importação de uma vacina aprovada por 62 países, milhares de brasileiros morrem todos os dias por falta de vacina. O Instituto Butantan paralisou a fabricação da CoronaVac por falta de insumos provenientes da China.
Nota da Anvisa
A íntegra da nota é: “A Anvisa informou ao STF que disponibilizou ao Estado do Maranhão amplo acesso aos autos do processo administrativo que tramita na agência. Na última sexta-feira [7], a Anvisa comunicou formalmente o Estado do Maranhão que os novos documentos apresentados, porém, não cumpriam a exigência da apresentação do relatório técnico de análise da autoridade sanitária estrangeira. Por esse motivo, o processo segue em diligência na Anvisa até o cumprimento do requisito legal”, finalizou.
A rejeição da importação, determinada pela Anvisa, foi em resposta ao pedido de importação da Sputnik V feito por governos estaduais do Nordeste no dia 26 de abril. Para rejeitar a Anvisa lançou sérias acusações, sem comprovar a veracidade do que dizia, o que ocasionou uma dura resposta dos russos. A Rùssia acusou a Anvisa de agir politicamente, como um órgão submisso aos interesses dos Estados Unidos e de grandes multinacionais farmacêuticas.