Com a presença do prefeito Arnaldinho, como dizia o convite, foram aglomerados sem máscaras mais de 300 ciclistas neste sábado (22), mesmo com o município constar no Mapa de Risco como sendo de alto risco para o Covid-19
Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ser multado no Maranhão por promover aglomeração, sem o uso de máscaras de proteção, o prefeito de Vila Velha (ES), Arnaldo Borgo Filho, o Arnaldinho (Podemos) fez o mesmo. E não foi autuado pelo mesmo crime contra a saúde pública, por nenhum órgão do Governo do Estado, como ocorreu com o negacionista presidente Bolsonaro. Vila Velha consta no Mapa de Risco para o contágio de Covid-19 como sendo um dos 24 munícipios capixabas classificado como sendo de risco alto de contaminação. O prefeito ficou ileso de qualquer punição.
A aglomeração com 300 ciclistas ocorreu neste sábado (22), às 7 horas da manhã e, como dizia o cartaz com o timbre oficial da Prefeitura de Vila Velha, a aglomeração sem máscaras fazia parte do “Pedal especial” pelo aniversário de 486 anos daquela cidade da Grande Vitória. O marketing oficial da Prefeitura não esqueceu de promover a imagem do prefeito, colocando a foto de Arnaldinho na convocação, amplamente distribuída no município, com a frase “presença especial (de) Arnaldinho Borgo”.
Ignora a terceira onda
Tanto o prefeito de Vila Velha quanto os seus assessores ignoram por completo o alerta feito nesta mesma semana pela Fundação Fiocruz, no sentido de que a terceira onda do Covid-19 já está chegando. No seu mais recente boletim, a Fiocruz fez um alerta: “A incidência de doenças respiratórias, que em casos graves demanda hospitalização ou até mesmo óbitos, se deve atualmente, em grande parte, devido a infecções por Sars-CoV-2. A análise mostra que 8 das 27 unidades da Federação apresentam sinal de crescimento”.
A mesma Fiocruz cita o Espírito Santo no documento, para lembrar que o Estado capixaba não é uma ilha de exceção e que faz parte de um pais, onde maus exemplos como o de Arnaldinho ou do presidente Bolsonaro, somente contribui para a pandemia não ser eliminada. “Oito das 27 unidades da Federação apresentam sinal de crescimento. É o caso de Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Tocantins, Distrito Federal e Rio de Janeiro”, alertou a Fiocruz no seu documento.