A BBC, principal rede de comunicação da Inglaterra, publicou uma matéria jornalística na manhã desta quarta-feira (26) para alertar que o Espírito Santo e outros cinco Estados, Rio de Janeiro, Amapá, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Santa Catarina “começam a enfrentar o que poderia ser considerada uma quarta onda de Covid-19”. Ainda nesta manhã o secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, fez um curto pronunciamento, ao lado do secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, onde ignorou a nova onda mais contagiante e mortal do Covid-19.
O curto pronunciamento dos dois, através do YouTube, foi apenas para falar da vacinação dos 54 mil professores e servidores da educação, chegada de 32 mil doses de vacinas. Na sua fala, o secretário da Educação chegou pintar um cenário cor de rosa, enalteceu o governador Renato Casagrande (PSB) com elogios e ignorou os alertas. O primeiro foi da Universidade de Wasgington, o segundo foi nesta semana da Fiocruz, para alertar que a temível variante indiana já está presente no Espírito Santo. O terceiro alerta é da BBC.
Começa a 4ª onda
Em um texto assinado pelo jornalista Matheus Magenta, diretamente de Londres, a BBC News Brasil advertiu que “a pandemia ocorre em ritmo diferente ao redor do Brasil e há Estados brasileiros que atualmente começam a enfrentar o que poderia ser considerada uma quarta onda de Covid-19, como Rio de Janeiro, Amapá, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Sergipe e Santa Catarina.”
No painel Covid-19 do Governo do Espírito Santo consta que o índice de isolamento social médio do Estado é de 43%, último dado registrado e que se refere a esta segunda-feira (24). O baixo índice de isolamento ocorre junto com os ônibus circulando superlotados, volta obrigatória das aulas presenciais, desrespeito ao uso de máscaras, inclusive em eventos patrocinados por Prefeituras, como ocorreu em Vila Velha neste último domingo (23). E para completar o baixo índice de cobertura vacinal, onde o Espírito Santo não conseguiu nem vacinar um quarto de sua população.
Para especialistas em epidemiologia e saúde pública ouvidos pela BBC News Brasil, uma das principais explicações para tanto vaivém de infecções no país é o fato de as medidas de distanciamento social serem suspensas por governantes antes que o contágio esteja de fato sob controle. E isso por ocorre por diversos motivos, como as fortes pressões econômicas e políticas para não deixar o comércio fechado, informa a rede de comunicação inglesa.