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Fraude na vacinação contra Covid019 no Espírito Santo teve até 934 “mortos” imunizados

Números da fraude na vacinação contra Covid-19 foram altos no ES, segundo relatório do Governo estadual | Foto: Hélio Filho/Secom

No Espírito Santo um total de 934 mortos foram oficialmente vacinados contra Covid-19, outras 408 números de um mesmo CPF receberam três doses de imunizantes, quando o limite é duas doses e 11.582 pessoas com menos de 60 anos receberam vacinas como se fossem idosos. Esses crimes foram detectados através de uma auditoria na campanha de vacinação contra o novo Coronavírus (Covid-19) pela Secretaria de Controle e Transparência (Secont) em parceria com a equipe da Gerência de Auditoria em Saúde da Secretaria da Saúde (Sesa).

A checagem foi iniciada em março último dentro do objetivo de acompanhar o processo de imunização em todos os 78 municípios capixabas, utilizando a base de dados do público imunizado no Espírito Santo. A auditoria constatou 11.582 doses aplicadas em cidadãos com idade inferior à faixa etária informada como justificativa para inclusão no grupo prioritário que estava sendo vacinado a cada fase da imunização. Quando se exclui os vacinados com 60 anos ou mais, do total de 11.582 doses, 1.448 doses teriam sido recebidas por pessoas com menos de 60 anos, ou seja, em pessoas que não fariam parte deste grupo prioritário.

Universo da pesquisa

A análise abrangeu um universo de 882.505 doses aplicadas, no período de 18 de janeiro a 12 de maio deste ano. A ação de controle visa a identificar riscos nos procedimentos adotados e corrigir eventuais falhas que possam comprometer a rapidez e a qualidade da campanha de imunização contra a Covid-19 no Estado.

Para a realização do trabalho, a auditoria contou com trilhas de investigação desenvolvidas pelo Laboratório de Dados, Análise e Tecnologia Aplicada à Auditoria (LAB.Data). A checagem cruzou eletronicamente as bases de dados de pessoas vacinadas com os cadastros de servidores públicos estaduais e do sistema de óbitos estadual.

Polícia Civil acionada

A análise resultou na identificação de inconsistências, que serão encaminhadas aos órgãos competentes, como a Polícia Civil, para uma averiguação detalhada. Entre os sinais de alerta encontrados estão 1.240 casos em que o registro aponta a aplicação de 2ª dose de laboratório diferente da 1ª dose recebida; e 70 doses registradas como fabricadas por um laboratório sem vacinas disponíveis no Estado.

A averiguação detalhada de cada caso é necessária para determinar o que levou à ocorrência das inconsistências encontradas, já que elas podem ser resultado tanto de falhas na alimentação do sistema de registro das doses aplicadas como de fraudes ou ações de “fura-fila”.

Prevenção

A Secont tem atuado de forma preventiva para identificar riscos e corrigir eventuais falhas que possam comprometer a rapidez e a qualidade da campanha de imunização contra a Covid-19 no Estado. A ação integrada acontece por meio da auditoria na vacinação, iniciada em março com o objetivo de acompanhar o processo de imunização, desde as condições de acondicionamento e distribuição das doses até a verificação da observação dos grupos prioritários definidos a cada fase do Plano Nacional de Imunização e dos critérios de prioridades definidos em Resoluções CIB / SUS – ES.

Por meio de aplicação de checklist em todos os 78 municípios capixabas, além de visitas presenciais a redes de frios e locais de vacinação definidos por amostragem, a auditoria já identificou casos como vacinas em estoque com prazo próximo do vencimento; inconsistências no controle da quantidade de doses distribuídas a cada local de vacinação e doses em estoque; além de atrasos e falhas na alimentação do sistema nacional que controla o número de doses aplicadas, entre outros potenciais riscos ao bom andamento da campanha de imunização.

Todas as questões levantadas pela auditoria são comunicadas de imediato às Controladorias dos municípios, já que as prefeituras são responsáveis pela execução da campanha de vacinação. O objetivo é identificar soluções em conjunto, para evitar que falhas no processo possam comprometam a imunização.