Omisso ou cúmplice da destruição da floresta e das terras indígenas e investigado pela Polícia Federal (PF) pelo seu envolvimento com madeireiros e garimpeiros ilegais, o ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, pediu demissão na tarde desta última quarta-feira (23). A saída o favorece já que está sendo alvo de uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) e assim, ao deixar o governo, o processo desce para um juiz de primeira instância.
A PF o investiga por tentativa de obstrução de investigações contra crimes ambientais. Salles é o terceiro ministro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a deixar o cargo durante investigações do STF. Em 19 de junho do ano passado, então ministro da Educação de Bolsnaro, Abraham Weintraub, deixou a pasta durante investigação que apurava suas falas antidemocráticas. O mesmo ocorreu com o general da ativa Eduardo Pazuello, que foi demitido do Ministério da Saúde, depois que o seu nome foi incluído em investigações do Poder Judiciário.
O esquema de Salles através do envolvimento com madeireiros que atuam com o comércio de madeira extraída criminosamente da floresta amazônica começou a ruir após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que passou a determinar a devolução da madeira que entrou nos portos americanos através de documentação falsa dos órgãos ambientais brasileiros. Uma das primeiros consequencias foi a ordem do STF para que o presidente do Ibama, Eduardo Bim, que integrava o esquema, fosse afastado.
Salles, com a sua política de destruição da floresta brasileira e de liquidar com os indígenas, ao deixar os garimpeiros roubarem as reservas minerais, como o ouro, em suas reservas, contribuiu para prejudicar a imagem do Brasil no exterior. A sua saída, no entanto, não significa que vai melhorar, já que o novo ministro do Meio Ambiente será o ex-secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, Joaquim Álvaro Pereira Leite. O novo ocupante do Ministério representa os interesses O ex-secretário representa os interesses dos destruidores da floresta, já que atuou por 23 anos no conselho da Sociedade Rural Brasileira (SRB).