Aluna do quinto período de Ciências Biológicas da Faesa está focada em fazer mestrado em Biologia Marinha e se aprofundar no comportamento dos tubarões
Com apenas 21 anos a jovem Driely Rocha Portes mostra a sua persistência em alcançar e conquistar os seus objetivos, que foram almejados na área cientifica. Em plena férias escolares e sob o verão escaldante deste início de 2019, ela se encontrava no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus de Maruípe da Ufes. O objetivo é conquistar uma das três vagas disponibilizadas pela Ufes para a iniciação cientifica.
A jovem é aluna do quinto período de Ciências Biológicas na Faculdades Integradas Espírito-Santense (Faesa) mas está focada no intento de fazer um mestrado em biologia marinha e, mais especificamente, se aprofundar no comportamento dos tubarões. Para isso ela conta que o primeiro passo é conquistar uma das vagas e iniciar o aprendizado.
A oportunidade está sendo aberta por alunos de mestrado da Ufes, que estão interessados em promover minuciosa pesquisa na área de biologia marinha. A atuação de Driely Portes vai ocorrer entre seis meses e um ano, já que o prazo de participação ainda não foi especificado. Mas, ela garante que esse é o passo inicial para executar o seu projeto, que pretende culminar com um mestrado e um doutorado.
Para a estudante, a conquista da vaga vai trazer como contribuição o entendimento de como é feito, em detalhes, o passo a passo das pesquisas. “Quero conhecer os procedimentos, porque quando chegar a minha vez eu já saberei como atuar”, observou. Ela lembrou que o mestrado é em torno de dois anos e o doutorado outros três anos, embora esses prazos “vai depender da pesquisa”.
Perspectiva
Ela diz que está com uma elevada perspectiva emrelação a seu projeto para atuar na análise do comportamento dos tubarões. Driely disse que sempre gostou de estudar esses animais e que vê essa como sendo uma área onde conseguirá ver seu crescimento profissional, além de vislumbrar o desenvolvimento de suas pesquisas e descobertas.
O mercado de trabalho no Estado é restrito, segundo avaliação feita por ela própria. Aqui no Espírito Santo é uma área que não oferece mercado ou chance de atuação, relatou. Dentro do Brasil, explicou, há oportunidades de atuar com estudo sobre tubarões no Nordeste e no Sul do país. Além disso há boas oportunidades em Miami, Austrália e na África, que é uma das três opções que ela almeja para desenvolver os seus estudos de pós-graduação.
Mas, ela disse que ainda há possibilidade de desenvolver as planejadas atividades profissionais na área acadêmica, lecionando em instituições de ensino superior. Ou ainda vislumbra oportunidade em órgãos institucionais como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Não no Espírito Santo onde o ICMBio atua com maior desenvoltura na pesquisa de pássaros e sapos, explicou.
O intuito do órgão é desenvolver pesquisas para fazer o acompanhamento das espécies e, com isso, saber a evolução do quantitativo dos animais analisados e oferecer sugestões para futuras medidas de proteção. A empolgação com a sua decisão de atuar na análise do comportamento dos tubarões chama atenção na jovem estudante.
Ela contou que somente quando mais nova teve uma duvida na trajetória de sua carreira profissional. No início – contou – pensei em fazer veterinária. “Mas, cheguei a conclusão de que eu gostaria mesmo de fazer coisas mais amplas e foi nas ciências biológicas que me encontrei e voltei às minhas origens. A gente não deve sair daquilo que é obvio para nós mesmos”, acentuou.
Família
O apoio irrestrito da família nos projetos de Driely Portes foi fundamental, principalmente para que pudesse traçar as diversas etapas de sua meta. “Quando comecei com essa idéia de trabalhar com tubarões, já estava sabendo que o mercado de trabalho aqui é escasso e que as oportunidades estão em Miami, Austrália ou África. Falei com meus pais que gostaria de fazer o meu mestrado em um desses lugares”, afirmou.
“Meus pais disseram: vai filha”, complementou. A jovem é a filha mais velha. Os outros dois irmãos são ainda crianças. Segundo Driely, o apoio dos pais decorre do fato de eles argumentarem que desejam ver a filha fazendo, na área educacional, aquilo que eles não conseguiram quando tinham a idade dela. Ela disse que toda oportunidade que surge para fazer ou participar de um curso complementar, simpósio ou congresso, sempre da área de biologia, os pais apóiam para que faça.
Para o processo seletivo de iniciação cientifica, que participou, ela disse que a informação de que seria promovido pela Ufes chegou ao seu conhecimento através de um grupo de WhatsApp. Grupo esse onde participam pesquisadores, inclusive da Ufes, e alunos de biologia da Faesa. “Foi assim que fiquei sabendo. Fiz a inscrição e houve uma demora devido a burocracia. Agora fui selecionada para a segunda etapa para concorrer a uma das três vagas. No total são oito inscritos”, concluiu.
Driely Rocha Portes
Graduanda em Ciências Biológicas na FAESA