Ao mesmo tempo em que os movimentos sociais retornam à rua para protestar contra os desmandos do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) está anunciando treinamento para intervir em “distúrbios civis”. Segundo release distribuído pela PM, um total de 55 policiais militares da Força Tática do 1º Batalhão realizou, entre os dias 28 e 30 de junho, a instrução de Intervenções em Distúrbios Civis, conhecida também como Choque Ligeiro.
O treinamento ocorreu na Sede do 1º BPM, em Vitória, e na Academia de Policia Militar (APM), em Cariacica. “A capacitação em Choque Ligeiro é requisito para manutenção da plena atuação da tropa da Força Tática da Unidade, principalmente no atual cenário que apresenta grande frequência da necessidade de atendimento de ocorrências de pequenas manifestações, das mais diversas naturezas e a necessidade constante de intervenção em eventos clandestinos denominados ‘Baile de Mandela’, diz a nota.
“Controle de distúrbios”
A instrução teve duração de 10 horas, dividas entre parte teórica e prática. A parte teórica contemplou o estudo de equipamentos não letais utilizados pela Força Tática, acionamento da tropa e técnicas de Controle de Distúrbios Civis (CDC). Já na parte prática os discentes desenvolveram técnicas de desembarque e formação da tropa, disparos de munições não letais, dentre outras.
Ultimamente tem sido comum policiais militares intervir de forma violenta em manifestações populares, principalmente após o governo do presidente Jair Bolsonaro. A repressão com balas de borracha e bombas de gás é uma constante nos movimentos reivindicatórios da sociedade, que foram vistos com grande ênfase na gestão anterior do atual governador Renato Casagrande em manifestações contra o pedágio da Terceira Ponte. A agressividade dos policiais militares, nessa ocasião, chegou desrespeitar a Assembleia Legislativa, que foi invadida e tomada pelo odor de gás de pimenta.