O vereador bolsonarista de Vitória, Gilvan Aguiar Costa, vulgo Gilvan da Federal, mandou ofício para a PMV para criticar e pedir a retirada de faixas do espaço político e cultural, que funciona no antigo Hotel Império, no Centro Histórico de Vitória
Com apenas 83 proposições em seis meses de atividades como vereador na Câmara de Vitória, o bolsonarista carioca Gilvan Aguiar Costa (Patriota), vulgo Gilvan da Federal, ficou incomodado com as faixas “Vacina Já” e “Fora Bolsonaro no Centro de Vitória”. Demonstrando não ter o que fazer de útil para a cidade, enviou o “Ofício Gab 63/2021” para o secretário de Desenvolvimento de Vitória, Marcelo de Oliveira narrando que havia no antigo Hotel Imperial, nas esquinas da Praça Costa Pereira com as Ruas Sete de Setembro e Graciano Neves, “faixas irregulares com dizeres de viés político-ideológico de forma afrontosa à autoridade do presidente da República”. No final desta matéria leia a íntegra do ofício do bolsonarista, com timbre oficial da Câmara, fazendo download do arquivo em PDF.
Em uma busca no portal oficial da Câmara de Vereadores de Vitória é possível ver a baixa produtividade do vereador bolsonarista. Em mais de seis meses desde que iniciou o mandato tem apenas 83 proposições, o menor n[úmero entre os vereadores em, em sua maioria, moções de aplauso ou pedido de conserto de calçadas e corrimões no Centro de Vitória. Exatamente no Centro da Capital é onde o cidadão carioca é desconhecido entre os moradores, incluindo os que tem maior envolvimento com os problemas do centro e que participam de reuniões constantes. Para o TRE-ES, Gilvan da Federal declarou não ter residência fixa, mas apenas um veículo usado.
No mesmo período a vereadora Karla Coser (PT) apresentou 199 proposições em defesa dos moradores de Vitória e de servidores públicos. Já Camila Valadão (Psol) apresentou na Câmara 191 proposições, também em defesa dos moradores e servidores municipais. No seu ofício, Gilvan demonstra desconhecer a realidade do Centro de Vitória, ao narrar do documento com timbre oficial da Câmara: “Ocorre que a conduta ( do espaço político e cultural) se repete frequentemente, havendo claro desrespeito à ordem pública e à chefia deste Estado, alvo de ataques infundados e de um imenso desrespeito por parte daqueles que conspiram contra o atual governo”. Afirmativa risível, já que o cidadão carioca não sabe que o prédio em questão é um espaço político e cultural.
Espaço político e cultural
Apenas por causa da pandemia que o antigo Hotel Imperial não está funcionando plenamente com essa finalidade política e cultura, mas apenas com o uso de faixas que fazem parte do desejo da população: “Fora Bolsonaro” e “Vacina Já”. O prédio do antigo hotel, onde no térreo funciona a Farmácia Santa Lúcia, uma pastelaria e uma loja de artigos de bordados foi adquirido em 2019 por um militante de esquerda, que mora no exterior. A sacada do prédio foi utilizada em outubro de 2019 para a realização do Festival Lula Livre, após a gestão do ex-prefeito Luciano Rezende ter retirado a licença para a realização do evento na Praça Costa Pereira, bem em frente ao prédio.
A atitude do cidadão carioca, eleito vereador em Vitória, foi um desserviço para o movimento cultural do Centro de Vitória, que apenas tomou conhecimento da existência de seu nome após as eleições municipais do ano passado. O vereador bolsonarista desconhece a história do viés político e contestador do Centro Histórico de Vitória. A sugestão dos moradores é que o vereador, nascido no Rio de Janeiro, passe a oferecer serviços úteis, como a cobrança ao prefeito Lorenzo Pazolini para a contratação urgente de mais médicos, já que a Unidade de Saúde do Centro de Vitória está há quatro meses sem abrir agendamento para consultas no aplicativo oficial da Prefeitura.