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Para evitar abuso policial, deputado apresenta PL para uso de câmeras em uniforme e viaturas

Nesta segunda-feira (12) o autor do projeto, deputado estadual Fabricio Gandini (Cidadania) pediu que o projeto de lei tramite em regime de urgência

Projeto de lei obriga Espírito Santo aderir a práticas usadas por outros Estados e internacionalmente | Foto: Divulgação

As constantes denúncias de moradores de bairros pobres da região metropolitana de Vitória de violência praticada por policiais, no exercício da função pública, poderá sofrer redução, caso a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) aprove o projeto de lei (PL) 108/2019, do deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania). O parlamentar apresentou nesta segunda-feira (12) um pedido para que o PL tramite em regime de urgência naquela casa legislativa. O projeto exige que o Governo do Estado instale dentro das viaturas policiais câmeras de monitoramento e nos coletes de cada policial, quer seja militar ou civil, uma microcâmera.

A violência relatada por moradores ocorre apenas em bairros pobres e jamais é vista com a mesma intensidade em bairros tidos como nobres, como a Praia da Costa ou a Praia do Canto. A forma discriminatória de atuação dos policiais já foi alvo, neste mês, de uma reclamação da Defensoria Pública do Espírito Santo. Normalmente os policiais se justificam dizendo que “revidaram/’, o que será possível verificar nas imagens das câmeras, tanto a do interior do veículo quanto a ficará obrigatoriamente presa ao uniforme.

O deputado Gandini disse em sua justificativa que as câmeras é uma “ferramenta político-criminal extremamente efetiva, já adotada por outros países e importante para legitimar o trabalho das forças policiais, que representa um passo crucial para o desenvolvimento da segurança pública”. O Governo do Espírito Santo ainda não adotou essa prática, que já é utilizada em outros Estados da Região Sudeste, como São Paulo e o Rio de Janeiro. O Distrito Federal e Santa Catarina também adotam o uso de câmeras na atividade policial.

“Segurança sim. Violência não”

Em setembro do ano passado policiais militares usaram da violência no Bairro Jaburu, em Vitória, o que levou os moradores a irem ao mirante da comunidade para protestar. A comunidade exibiu cartazes, onde reivindicavam “segurança sim, violência não” e “respeito à favela”. Posteriormente desceram para a Avenida Vitória.

“Busca- se, pois, com esta proposição, a partir da utilização das novas tecnologias de mídia, da troca de dados em tempo real, valorizar e premiar o bom policial, o funcionário público correto e diligente, e, por outro lado, proteger o cidadão, independentemente de sua classe social, cor, gênero, etnia ou orientação sexual, fazendo valer os seus direitos fundamentais”, prosseguiu o deputado na justificativa do seu projeto. O mecanismo é importante não apenas no controle externo da atividade policial e na tutela dos direitos humanos, pois contribui para a apuração e correto encaminhamento de denúncias de omissão, violência, corrupção, abuso e letalidade policial, que, ameaçam a ordem democrática e a credibilidade do sistema de segurança pública, nele incluído o sistema de Justiça. As câmeras individuais têm um efeito civilizador, resultando em um melhor comportamento entre os agentes de polícia e os cidadãos.