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PF deflagra 3 operações no ES para prender criminosos que promoveram fraudes milionárias

Em apenas uma das operações, a denominada Arcano, foi preso o dono da Reta Veículos, na Reta da Penha, acusado de ter sonegado R$ 834 milhões em intermediação de remessas ilegais de divisas para paraísos fiscais

A Polícia Federal realizou três operações no Espírito Santo para desbaratar quadrilha de criminosos | Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) realizou três operações nesta última terça-feira (13) no Espírito Santo para desbaratar quadrilhas de criminosos. Na primeira foi realizada a Operação Arcano. Na segunda e terceira ação, foi realizada a Operação Arcano e a Operação Masqué II, sendo estas duas em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil.

Na Operação Arcano foi preso o proprietário da Reta Veículos, na Avenida Reta da Penha e morador de uma cobertura de um prédio de luxo da Praia do Canto, cujo nome não foi revelado, sob a acusação de intermediar remessas ilegais de divisas para paraísos fiscais. O acusado é responsável por sonegar R$ 834 milhões em mais de US$ 100 milhões de envio ilegal de dinheiro para o exterior.

Operações Arcano e Masqué II

Segundo a PF, as duas operações têm relação com a atuação fraudulenta de empresários no comércio exterior. Com o objetivo de promover a evasão de divisas, os investigados realizavam remessas ao exterior por meio de pagamento de contratos de câmbio feitos com base em documentos de importação falsos ou repetidos. Após um período atuando dessa forma, as empresas utilizadas eram abandonadas e substituídas por outras, dando continuidade ao esquema.

Na Operação “Arcano”, apurou-se a participação de empresas capixabas no crime de evasão de divisas, mediante processos de importação fraudulentos, com possível contratação de câmbio utilizando documentação falsa e remessas na modalidade conhecida como “dólar-cabo. As empresas que atuavam enviando valores para o exterior por meio de importações fraudulentas eram registradas em nomes de interpostas pessoas, de forma a ocultar a identidade do empresário que comandava o esquema criminoso. Foram utilizadas ao menos 7 empresas diferentes para promover a evasão de divisas pelo grupo investigado, desde o ano de 2011. Apenas entre os anos de 2015 e 2017, uma das empresas, alvo de apuração, enviou ao estrangeiro cerca de R$ 65 milhões.

Já a Operação “Masqué II” é uma continuação da operação de mesmo nome deflagrada pela PF no Espírito Santo em agosto de 2019.  Ela investiga o crime de lavagem de dinheiro praticado pelos envolvidos na primeira fase da operação policial, em especial mediante a compra de imóveis, embarcações e veículos em nome de terceiros, além de empréstimos feitos fora do mercado formal de crédito.

A Operação “Masqué”, deflagrada em 2019, também apurou um esquema de evasão de divisas com a utilização de empresas que falsificavam e repetiam documentação para enviar dinheiro para o exterior, em uma atuação semelhante à dos investigados na Operação “Arcano”. Nesta primeira etapa a Justiça Federal decretou o sequestro de dezenas de imóveis avaliados em cerca de R$ 40 milhões.

Essas duas operações contaram com a participação de 19 policiais federais e quatro auditores fiscais da Receita Federal, que cumpriram um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão, em Vitória (ES), em endereços residenciais e comerciais de proprietários e pessoas ligadas às empresas investigadas, havendo a apreensão de carros de luxo, joias e vários equipamentos de mídia.

A Operação Cegonha Aramada foi em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal

Operação Cegonha Armada

A terceira operação realizada no Espírito Santo nesta terça-feira foi a Operação  Cegonha Armada, com o objetivo de prender indivíduo pertencente à facção criminosa que atua dentro e fora de presídios nacionais. A operação contou com a participação de oito Policiais Federais, sendo realizado o cumprimento de um mandado de busca e apreensão e um de prisão preventiva, no endereço do investigado no bairro de Balneário Itaoca, no município de Mongaguá (SP), expedidos pela 3ª Vara Criminal de Viana/ES.

O investigado enviou um veículo através de uma cegonha para o Espírito Santo. O carro foi embarcado em São Bernardo do Campo/SP e seria retirado na Serra (ES). Contudo, a cegonha foi abordada pela Polícia Rodoviária Federal em Viana e foi verificado que o veículo era clonado. Em revista no seu interior, foram encontrados três volumes de bagagem onde se encontravam dois fuzis calibre .556, dois fuzis calibre .762, todos de nacionalidade estrangeira, oito carregadores e diversas munições dos mesmos calibres, quatro coletes com oito placas balísticas, além de explosivos, espoletas e cordel detonante (usados comumente em explosões de agências bancárias e carros fortes).

Durante a investigação, foi apurado que investigado já havia encaminhado através da mesma transportadora dois outros veículos clonados. Também foi comprovado que ele utilizava contas bancárias de seus familiares para dissimular a origem ilícita dos valores recebidos e financiava organização criminosa, fazendo pagamentos a presos e a familiares destes que se encontram custodiados no sistema prisional de São Paulo e Minas Gerais, prática conhecida como “cebola”.

Ele também possuía mandado de prisão preventiva expedido pela 10ª Vara Criminal de Vitória, por envolvimento em crime de furto mediante arrombamento de uma agência bancária, em Vitória/ES, no ano de2017. O investigado responderá pelos crimes de: posse e comércio ilegal de arma de fogo de calibre restrito previstos nos artigos 16 e 17 da Lei 10.826; receptação e adulteração de sinal automotor previstos nos artigos 180 e 311 do Código Penal; lavagem de dinheiro previsto no artigo 1º da Lei 9.613/98; de financiar organização criminosa prevista no artigo 2º da Lei 12.850/2013, cujas penas somadas poderão chegar a 46 (quarenta e seis) anos de reclusão.