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MPES quer impedir a Escola de Samba Unidos da Piedade de realizar ensaios carnavalescos

A Escola conta com o amplo apoio dos moradores da Piedade, Fonte Grande e Centro de Vitória, mas mesmo assim está sendo impedida de realizar ensaios devido a uma ação movida pelo Ministério Público

A escola de samba não tem quadra. Usa a Praça Mario de Oliveira, que foi cedida pela PMV, que a adaptou para ensaios | Foto: Arquivo

A ação judicial oriunda do processo 0037131-89.2010.8.08.0024, aberta pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) em 16 de novembro de 2010 contra a Escola de Samba Unidos da Piedade poderá prejudicar a realização de ensaios carnavalescos. Na Ação Civil Pública, o MPES exige a construção de um tratamento acústico “na quadra da escola”. Talvez o MPES esteja desinsformado, já que a escola não possui quadra, mas usa para seus ensaios a Praça Mario de Oliveira, no Morro da Fonte Grande, bairro contíguo ao Centro Histórico de Vitória.

O espaço foi construído pelo ex-prefeito João Coser como praça e, para apoiar a cultura popular, o local que fica ao lado da sede da escola, tem arquibancadas. Talvez o MPES ainda desconheça que a Unidos da Piedade é a escola de samba mais antiga do carnaval de Vitória. Foi fundada em 15 de janeiro de 1955, quando se tornou uma agremiação civil sem fins lucrativos, sediada no bairro Piedade, porém hoje sua sede se localiza na Fonte Grande, no Centro de Vitória. Foi 15 vezes campeã do carnaval, mas não vence desde 1986.

Somente durante a ditadura militar que a escola foi alvo de ataques semelhantes a esse promovido pelo MPES, quando seu samba-enredo era censurado. Para defender a escola contra o processo movido pelo MPES, a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), por meio do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia (Nudam), está auxiliando a comunidade da Piedade nas discussões acerca da realização dos ensaios da escola de samba Unidos da Piedade.

Moradores apoiam a escola

A instituição foi acionada porque a escola está proibida de realizar os ensaios por conta de uma ação que alega a falta de tratamento acústico no local como impeditivo para as atividades, informa a DPES.  Para tratar do tema, estão sendo realizadas audiências públicas para que seja firmado um termo de compromisso entre a escola Unidos da Piedade, a Associação de Moradores do bairro e a Prefeitura Municipal de Vitória

No primeiro encontro, realizado no final de julho, os representantes da Associação de Moradores sinalizaram positivamente para a continuidade dos ensaios na quadra da Fonte Grande. Para eles, a presença da escola no local, gera renda para os moradores. “A comunidade entende a importância do carnaval culturalmente e economicamente, uma vez que gera renda para os comerciantes e empregabilidade. O que estamos tentando fazer é encontrar um equilíbrio para que a escola continue seus ensaios sem que isso gere atrito”, explica o defensor público Vinicius Lamego.

Leia a íntegra da movimentação do processo:

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