A confirmação pela administração do prefeito bolsonarista de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) em desativar o posto avançado da Guarda Municipal, na Rua Caramuru, número 10, no Centro Histórico de Vitória foi mais um golpe nos moradores de um dos bairros mais antigos do Brasil (o Centro de Vitória surgiu 34 anos depois de o Brasil ter sido descoberto em 1500”, revoltou os moradores. A medida do prefeito, que vem atacando o Centro desde que mandou retirar as faixas “Vacina Já” e “Fora Bolsonaro” do antigo Hotel Imperial, no início da Rua 7 de Setembro, já tinha sido prevista anteriormente pelo ex-presidente da Câmara de Vereadores e ex-vereador Vinicius Simões (Cidadania).
O Centro é o bairro onde a criminalidade atua com intensidade, provocando assaltos à luz do dia, arrombamentos de prédios e estabelecimentos comerciais e até crimes violentos. Mas, de nada disso importa para o atual prefeito do Republicanos. Em um comunicado sem assinatura, mas com o timbre oficial da Prefeitura de Vitória (PMV) em nome da Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que todos os agentes devem se mudar do posto avançado do Centro para a antiga “Fábrica 747”, em Jucutuquara. Leia a íntegra do comunicado da Prefeitura aos agentes de segurança da PMV:
O posto avançado foi inaugurado em um histórico sobrado de três andares onde funcionava o antigo Centro de Referência DST/Aids no dia 18 de outubro de 2014 pelo ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania), em atendimento aos pedidos feitos pelos moradores. O posto foi aberto para ser uma base operacional com 10 agentes de proteção comunitária e 14 agentes de trânsito, por turno. “É maravilhoso ver como a Prefeitura de Vitória tem trabalhado pela segurança do Centro. Toda a nossa comunidade comemora essa conquista”, disse na ocasião a ex-presidente da Associação de Moradores do Centro (Amacentro), Amélia da Penha Nunes, mais conhecida como dona Amelinha.
Protesto da Amacentro
Mas, nesta semana, o atual presidente da Amacentro, Lino Feletti, foi na frente do prédio na Rua Caramuru, onde gravou um vídeo para demonstrar a insatisfação dos moradores com o descaso do prefeito Pazolini com o Centro Histórico de Vitória. O vídeo foi amplamente divulgado nas redes sociais. O representante dos moradores diz que o desmonte das instalações da guarda municipal gerou desaprovação das associações de moradores do entorno, como do Morro da Piedade, Forte São João, Parque Moscoso, Santa Clara e Ilha do Príncipe. Feletti disse que Pazolini desmontou toda a infraestrutura para os agentes de segurança guardarem seus materiais e pertences particulares durante o serviço.
O intuito do posto avançado, segundo o que foi dito pela PMV naquela ocasião de sua inauguração, era colocar os para fazerem rondas diárias para a preservação de prédios históricos e operações em conjunto com as demais forças policiais, trazendo mais segurança a turistas e às pessoas que frequentam o Centro Histórico. Diante da desaprovação dos moradores do Centro e do entorno, o secretário Municipal de Segurança Urbana, Ícaro Ruginski, tentou rebater os contribuintes da região histórica em um comunicado.
“Reiteramos as informações apresentadas neste grupo do Conselho de Segurança sobre a concentração da assunção de serviço dos agentes da Guarda Municipal em um único local com a finalidade de dinamização do serviço e das rotinas de trabalho. As mudanças de rotina se fazem necessárias para que os recursos materiais e humanos possam ser devidamente distribuídos por todo o município de Vitória, atendendo a todas as regiões com a presença da Guarda Municipal. É importante destacar que não haverá mudança na distribuição do efetivo e que não haverá o fechamento de nenhuma base”, disse Ícaro Ruginski.
“Destacamos ainda que lamentavelmente algumas bases da Guarda Municipal estavam sendo indevidamente utilizadas por alguns agentes, os quais permaneciam em seu interior sem prestarem atendimento à população”, prosseguiu o secretário Municipal de Segurança Urbana. O presidente da Amacentro rebateu: “É uma ação preparada para não ter uso efetivo do espaço”, afirmou Lino Feletti. O dirigente da Amacentro ainda finalizou dizento que faltou diálogo de Pazolini com as comunidades.