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MPES atende moradores da Ilha do Boi e cobra esclarecimento da PMV sobre obras na Enseada do Suá

Os moradores da Ilha do Boi pediram intervenção do MPES para investigar obra na Enseada do Suá | Foto: Arquivo

A Associação de Moradores e Proprietários da Ilha do Boi (AMPIB) pediu ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), através do 12º promotor de Justiça Cível de Vitória, que encaminha um ofício para o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) solicitando informações sobre a implantação do Loteamento Nova Cidade,localizada na Rua Marília Scarton Coutinho e na Rua Victor Civita, Gleba X1, Enseada do Suá, Vitória-ES. Apesar de o loteamento que compõe o empreendimento “Reserva Vitória – Parque e Residencial Ilha Vitória e Ilha Trindade”, não ser na Ilha do Boi, os moradores daquele bairro se incomodaram.

Diante disso, o MPES quer saber quais providências foram adotadas pela municipalidade diante do descumprimento de condicionantes da Licença Municipal, bem como a justificativa para o alinhamento que ocasionou na redução do espaço destinado ao uso de veículos motorizados, com aumento do espaço para pedestres, o que deve impactar o sistema viário.

Os moradores enviaram ofício ao Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoa) do MPES, através da AMPIB, pedindo verificação do planejamento das obras mesmo estando distante do empreendimento, que fica  logo atrás do Shopping Vitória, em outro bairro (Enseada do Suá). O interesse é saber se o novo condomínio na área mais nobre do Estado, a Enseada do Suá, está dentro das normas ambientais e urbanísticas vigentes. Leia a íntegra da notificação do MPES ao prefeito Pazolini:

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Histórico

A Associação dos Moradores da Ilha do Boi tem um histórico de exigências antidemocráticas. Na gestão do ex-prefeito João Coser (PT), a AMPIB se incomodou com os ônibus que interligavam os bairros pobres da região de São Pedro e a Ilha do Boi, pedindo a retirada dos ônibus. Na época foi acordado para entrar no bairro apenas micro-ônibus de segunda a sexta-feira e interrupção do transporte coletivo aos finais de semana e feriados. A medida era para evitar aglomeração mas prejudicou os funcionários do Hotel Senac e as empregadas domésticas, que tinham de saltar do ônibus na Enseada do Suá e ir a pé até o destino.

No segundo semestre de 2008, ainda na gestão de João Coser na Prefeitura de Vitória (PMV) foi feito o projeto de incluir a praia da Ilha do Boi no Programa Bandeira Azul, que iria conceder um certificado de qualidade turística aquele balneário. O Programa Bandeira Azul nasceu na França em 1985, dentro de uma iniciativa da Foundation for Environmental Education (FEE), com objetivo de elevar o grau de conscientização para a necessidade de se proteger os ambientes marinhos, costeiros e lacustres e incentivar a realização de ações que conduzam à resolução dos problemas existentes.

Bandeira Azul

Com isso a capital do Espírito Santo teria divulgação internacional gratuita e elevaria substancialmente quantidade de turistas nacionais e internacionais, elevando o faturamento dos lojistas, restaurantes, hotéis e gerando emprego e renda, além de criar uma conscientização para a necessidade de se proteger os ambientes marinhos, costeiros e lacustres. Para isso haveria necessidade de transformar a Ilha do Boi em um local acolhedor e dentro das exigências do programa internacional, como a construção de 29 itens, como sanitários, inclusive para cadeirantes, rampas para portadores de deficiência até à praia, ampliação do estacionamento (há uma praça enorme e sem uso naquela praia apenas para evitar grande número de veículos estacionados). Mas, a AMPIB, apesar de participar das conversações realizadas no Hotel Senac, se opôs e acabou inviabilizando o projeto.

Na época a escolha da Ilha do Boi foi para trazer economia à Prefeitura, já que a praia mais conhecida, a de Camburi, tem uma extensão muito grande e o custo para a construção inviabilizaria o projeto. Já a praia da Ilha do Boi é pequena e com um custo muito melhor, a cidade estaria participando do Projeto Bandeira Azul. Com o maior conforto a ser proporcionado aos turistas e aos moradores da região metropolitana que se deslocarem para a Praia da Ilha do Boi é o de ter um balneário dentro de um padrão com qualidade internacional, disse naquela ocasião o então diretor de Turismo de Turismo e Projetos Especiais da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), Anderson Fioreti.