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Ex-assessor de Pazuello se torna réu em processo por estupro de neta de 3 anos e mãe se diz devastada

A mãe da vítima fez denúncia no Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente da Polícia Civil de Roraima e, agora, Airton Cascavel se tornou réu depois de a Justiça aceitar denúncia feita pelo Ministério Público na qual o empresário é acusado de abuso contra criança vulnerável da própria família

O acusado de estupro de vulnerável era considerado o número 2 no Ministério da Saúde na gestão Pazuello | Foto: Redes sociais

O empresário Airton Antonio Soligo, mais conhecido como Airton Cascavel , virou réu no processo que responde pelo estupro de uma criança da sua própria neta de 3 anos.. O juiz substituto da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, em Boa Vista (RR), aceitou a denúncia oferecida contra ele e a mãe da criança disse em entrevista portal Metrópoles, de Brasília, que a família está devastada. O empresário, que já foi secretário da Saúde de Roraima e assessor “informal” do ex-ministro Eduardo Pazuello é um dos nomes mais poderosos de Boa Vista.

Cascaval já foi ouvido pela CPI da Pandemia por supostamente fazer parte do esquema de corrupção na compra de vacinas contra Covid-19. Ao portal Metrópoles a mãe da criança, que terá o nome preservado, informaram ter acionado o Conselho Tutelar para determinar alguma ação preventiva, uma vez que a Justiça ainda não definiu quais medidas protetivas serão tomadas a fim de evitar novos episódios. Após a separação, o pai pode ver a menina aos fins de semana.

 “Eu sinto que falhei no meu papel de mãe. O que ocorreu com a minha filha virou uma assombração na minha família, que está devastada. Uma criança de 3 anos relatar dores na parte íntima e dizer que o avô a tocou naquela região… Não sei mais o que fazer”, disse a mãe da criança. Ela explicou que dois exames realizados no corpo da menina tiveram resultados inconclusivos. “Como uma criança de 3 anos inventaria que o próprio avô a tocou nas partes íntimas ao reclamar de dores? Ela reclamaria se fosse dor na perninha, no braço, mas não foi o caso”, continuou.

Segundo ela, Cascavel já foi acusado pelo mesmo crime em outros dois casos, num deles chegou a ser denunciado na Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) pelo deputado Renan (Republicanos). De acordo com a ocorrência, Airton Cascavel teria lambido a boca de outra criança, a qual relatou o episódio. A reportagem do portal tentou contato, durante esta última sexta-feira (24/9), pelos números de celular atribuídos a Airton Cascavel, mas sem retorno. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela mãe da criança no dia 14 de setembro, a menina de apenas 3 anos foi visitar o pai na casa do avô nos dias 12 e 13 de setembro e, ao voltar para casa, teria se queixado de dor na região íntima.

Trecho da intimação recebida pelo acusado de estupro de vulnerável

Atuação do acusado no governo Bolsonaro

O empresário Airton Antônio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, teria atuado informalmente como o “número dois” do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e participado ativamente no esquema de corrupção na compra de vacinas, segundo a CPI da Pandemia. O empresário teria participado de agendas públicas e reuniões administrativas com o ex-ministro, exercendo influência sobre decisões da pasta. Após a informalidade vir à tona, Pazuello o nomeou como assessor especial, cargo ocupado de junho de 2020 a março de 2021.

Após a demissão de Pazuello, Cascavel foi nomeado como secretário de Saúde do governo de Roraima. Quando assumiu o posto, deixou em Brasília o veículo particular para uso do ex-ministro e da infectologista Laura Appi.