Além dos índios das etnias Tupiniquim e Guarani, localizados em Aracruz (ES), o Espírito Santo terá, oficialmente, uma terceira etnia indígena, a Warao. A Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo (DPES), por meio da Coordenação e Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, e José Egas, representante nacional do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estão mantendo conversações para a proteção e defesa dos direitos de mais de 100 indígenas da etnia Warao. Segundo a ONU, desde 2014, mais de 4 mil indígenas Warao entraram no Brasil vindos da Venezuela e, desde os primeiros meses de 2021, várias famílias chegaram ao Espírito Santo.
“Além do atendimento jurídico aos Waraos, articulamos um projeto mais amplo junto às Secretarias Estadual de Direitos Humanos e a de Assistência Social para mapear os grupos de refugiados, entender as suas demandas e programar nossas ações administrativa e possivelmente jurídicas”, explica o defensor público e Coordenador de Defesa dos Direitos Humanos, Victor Oliveira.
Os Waraos já estão no Estado
A Defensoria Pública informou que desde o final de abril deste ano, vem realizando o atendimento e o encaminhamento jurídico da população Warao no Estado, uma vez que há um grupo numeroso de pessoas vivendo no Estado sem qualquer tipo de auxílio, acolhimento social ou cultural. A ACNUR ressaltou a importância da atuação da Instituição na garantia dos direitos dos refugiados.
No recente encontro foi discutido como será feito o acolhimento dos Warao no Espírito Santo, bem como o compromisso das Defensorias Públicas do Estado e da União na garantia dos seus direitos, em casos futuros. O povo Warao, tradicionalmente habitantes do delta do rio Orinoco, República Bolivariana da Venezuela, são um grupo étnico bastante diverso no que tange a suas formas de organização social e costumes, compartilhando uma língua comum, também chamada Warao, e totalizando, atualmente, cerca de 49 mil indivíduos.
Pela localização geográfica da Venezuela, os primeiros locais de migração para terras brasileiras se deram no Norte do país (Roraima, Amazonas, Pará). Tal fluxo logo se expandiu para outras capitais, já no Nordeste, como as do Estado do Maranhão, Piauí e Ceará, e mais recentemente Rio Grande do Norte. Em Natal/RN, no primeiro semestre de 2020, registrou-se a presença de grupos Warao estabelecidos em dois bairros da periferia da cidade: Já neste ano, chegou um grupo com cerca de 100 indivíduos ao Espírito Santo, onde já se encontra em aldeias as etnias Tupiniquim e Guarani.