A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) fez o que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não faz quando o assunto é incêndio criminoso contra as florestas brasileiras. Bolsonaro vem sendo acusado internacionalmente de ter-se aliado aos madeireiros, garimpeiros, grandes pecuaristas e empresários do agronegócio para dizimar as florestas, A PC-GO anunciou nesta última quarta-feira (13) que concluiu três inquéritos referentes aos incêndios na Chapada dos Veadeiros, ocorridos no mês de setembro deste ano, por mais de dez dias na região do referido parque.
Segundo nota da PC-GO, as investigações resultaram no indiciamento de quatro autores, pelos crimes previstos nos artigos 41 e 39 da Lei dos Crimes Ambientais, além do crime de incêndio qualificado previsto no artigo 250, § 1º do Código Penal. Um dos indiciados é um fazendeiro que desmatou a sua propriedade, a Fazenda Cascata e ateou fogo para apagar os rastros de seu crime ambiental. O incêndio proporcional resultou na destruição da metade.
Responsabilização penal dos autores
Esse foco, segundo a PC-GO, deu origem ao incêndio mais grave, responsável por cerca de metade da área destruída. Os procedimentos serão encaminhados ao Poder Judiciário com vistas à possível responsabilização penal dos autores.
Segundo as investigações, um dos focos do incêndio ocorreu de maneira culposa, pela conduta imprudente de dois autores no manuseio de materiais de construção, ocasionando a queima do condomínio Vale Azul, na cidade de Alto Paraíso. Uma das testemunhas relatou que o fogo lhe ocasionou o prejuízo de cerca de R$ 150 mil.
As outras duas investigações concluíram pela ocorrência de crime doloso. Um deles ocorreu em uma estrada vicinal para o Distrito de São Jorge e o outro, mais grave, ocorreu na Fazenda Cascata, responsável pela queima de 14.183 hectares. As queimas, no total, consumiram uma área de cerca de 28 mil hectares.