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Diante de crise energética, governo Bolsonaro reafirma que não adotará horário de Verão neste ano

Governo Bolsonaro reafirma que não adotará horário de Verão e minimiza crise energética | Foto: Reprodução

Mesmo diante da atual crise energética no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro insiste em não adotar o horário de Verão, que deveria ter iniciado neste ano à zero hora do terceiro domingo deste ano. Nesta última sexta-feira (22), o Ministério das Minas e Energia (MME) do governo Bolsonaro emitiu um comunicado à imprensa, onde reafirmou que neste Verão 2021/2022, mais uma vez, as nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil não vão ter acréscimo de uma hora nos relógios até o terceiro domingo de fevereiro. Mas como o dia 27 de fevereiro de 2022 será Domingo de Carnaval, o horário de Verão terminaria no domingo seguinte, ou seja, em 6 de março.

O horário de verão no Brasil foi adotado pela primeira vez em 1º de outubro de 1931, pelo ex-presidente Getúlio Vargas, através do Decreto 20.466, abrangendo todo o território nacional. O intuito foi o de reduzir o consumo de energia através de um maior aproveitamento da energia solar. Mas, Bolsonaro assinou decreto em 25 de abril de 2019 revogando o horário diferenciado no Brasil, com a alegação que “a medida vinha representando economia de energia relativamente baixa e poderia causar desgastes na saúde da população com a alteração”.

Subordinado diretamente à Bolsonaro, o MME disse em sua nota que: “Especificamente para o enfrentamento da atual conjuntura hidroenergética, o MME solicitou novos estudos sobre o horário de verão ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo o Operador, não foi identificada economia significativa de energia, pois a redução observada no horário de maior consumo, ou seja, das 18h às 21h, é compensada pelo aumento da demanda em outros períodos do dia, especialmente no início da manhã. Além disso, pelas prospecções realizadas pelo ONS, não haveria impacto sobre o atendimento da potência, pois o horário de verão não afeta o consumo no período da tarde, quando se observa a maior demanda do dia”.

Empresários contestam

A medida é contestada por empresários e por parte da população, que via no horário de Verão a oportunidade de passear ao ar livre após uma jornada de trabalho. Para completar, o próprio MME desmente que haja crise de geração de energia no Brasil, que possa colocar em risco o fornecimento. Nos anos anteriores à Bolsonaro o horário de Verão vinha sendo praticado em 10 Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul) e o Distrito Federal.

Na sua nota o MME praticamente desmente que exista crise energética no Brasil suficiente para provocar apagões. “Além disso, na avaliação mais recente das condições de atendimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN), realizada pelo ONS para este mês de outubro, verifica-se que o sistema se encontra com recursos energéticos suficientes para o adequado atendimento à potência.  “Medidas tomadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) têm se mostrado suficientes para garantir o fornecimento de energia elétrica ao SIN na transição do período seco para o período úmido”, afirma a nota oficial.