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Ufes reafirma posição contra fracionamento em audiência com governador do ES

Reitor da Ufes volta a falar sobre os prejuízos acadêmicos que fracionamento da instituição trará para o Estado | Foto: Divulgação

O reitor da Ufes, Paulo Vargas, e o vice-reitor, Roney Pignaton, acompanhados da diretora do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE), Louisiane Nunes, bem como da diretora e do vice-diretor do Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS), Taís Cristina Soares e Gláucio Cunha, respectivamente, apresentaram em audiência com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a posição contrária à possibilidade de fracionamento da Universidade para criação de uma outra instituição, a partir do desmembramento do campus de Alegre.

Na oportunidade, foi informado ao governador o posicionamento do Conselho Universitário, consoante a Nota Pública aprovada na sessão extraordinária de 15 de outubro, o endosso do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão à essa mesma nota, além dos posicionamentos dos conselhos departamentais do CCAE e do CCENS.

Não haverá ampliação de cursos e nem de vagas

O reitor e demais representantes da Ufes manifestaram ao governador preocupação com a possibilidade de criação de uma universidade que não traz nenhum benefício ao sistema educacional e à população, uma vez que não resulta na ampliação da oferta de vagas e de cursos, e no incremento da pesquisa e da extensão, além de não apresentar um projeto articulado ao desenvolvimento da região sul e do estado.

Pelo o que tem sido anunciado, estão previstos, unicamente, investimentos na criação de cargos de direção, funções gratificadas e de poucos técnicos necessários à constituição da Administração Central da nova instituição, sem contratação de novos docentes e técnicos para os atuais centros de ensino ou investimentos em infraestrutura física e equipamentos.

Foi pontuado que “trata-se de uma proposta de interesse meramente político, que apenas onera o sistema universitário federal com a criação de cargos, sem vantagens concretas para o sistema de ensino superior no nosso estado, o que muito nos preocupa neste momento em que todas as universidades têm sofrido cortes contínuos de verbas e apresentam dificuldades para fazer face a todas as suas demandas”, afirmou o reitor Paulo Vargas.

Sem debates, sem transparência

Também foi demonstrado ao governador que a forma como o projeto vem sendo colocado, sem debate e sem transparência, não deixa claros os cenários futuros para as duas instituições, a Ufes e a que se propõe instituir. Paulo Vargas expressou ao governador o receio da comunidade universitária de que a retirada de uma parte da Ufes resulte no seu enfraquecimento, o que seria prejudicial não apenas para a instituição, mas também para o Espírito Santo.

Por outro lado, conforme foi salientado pelas diretoras do CCENS e do CCAE, a nova instituição criada, considerando o seu porte e o conjunto de carências que pode acumular, além da dificuldade de financiamento e manutenção, captação de recursos para ações de pesquisa e extensão, corre, inclusive, o risco de ver diminuída a atratividade dos cursos ofertados atualmente no âmbito do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Governador se propôs a fazer interlocução

O governador Renato Casagrande se propôs a viabilizar uma interlocução com o Ministério da Educação, de modo a possibilitar o diálogo e a exposição das preocupações manifestadas pelos dirigentes da Ufes. O reitor e os demais representantes presentes à reunião ressaltaram ainda que a Ufes não se coloca contrária à criação de uma nova universidade, desde que se trate realmente de uma instituição de ensino pautada em um projeto tecnicamente bem planejado.

Além de ter investimentos adequados, capaz de trazer, de fato, benefícios para a população e para o desenvolvimento do estado, sem colocar em risco o processo de fortalecimento da Ufes, que tem sido conquistado com muito afinco pelo conjunto de sua comunidade universitária nesses seus 67 anos de existência.