Em um verdadeiro deboche com os moradores da Serra e sem considerar a taxa de desemprego recorde, o aumento da fome e da miséria no governo Bolsonaro, os 23 vereadores da Serra querem carro e 200 litros de combustível (mínimo de R$ 1.400,00) por mês às custas do contribuinte. Os munícipes da Serra vão pagar os devaneios das pessoas que elegeram no ano passado para serem seus representantes na Câmara Municipal. Só a gasolina que vão gastar às custas da população é superior a um salário mínimo.
Os vereadores da Serra, apesar de ser município com dezenas de bairros extremamente pobres, se acham mais importantes do que o parlamento sueco. Autora do livro sobre os políticos do Reino da Suécia – “Um País Sem Excelências e Mordomias” (Geração Editorial), a jornalista brasileira Claudia Wallin,relata relata que naquele país nórdico não oferece luxo aos seus políticos: A Suécia é uma sociedade essencialmente igualitária, onde a classe política não tem o status de uma elite bajulada e nem os privilégios de uma nobreza encastelada no poder. Leia seguir a íntegra do projeto de Resolução, que transforma os vereadores da Serra mais importantes que o Parlamento da Suécia:
Processo-7120_2021-Projeto-de-Resolucao-12_2021Na Suécia políticos usam transporte público
Os políticos suecos não direito a imunidade, podem ser processados e condenados como qualquer cidadão. Sem carros oficiais e motoristas particulares, deputados se acotovelam em ônibus e trens, como a maioria dos cidadãos que representam. Os políticos suecos não têm salários vitalícios, não ganham aposentadoria após alguns poucos anos de trabalho, não tem secretária particular, banheiro privativo ou copa com cafezinho.
Na Suécia, os gabinetes parlamentares são espartanos e diminutos como a sala de um funcionário de repartição pública. Sem verbas indenizatórias para alugar escritório nas bases eleitorais, deputados suecos usam a própria casa, a sede local do partido ou a biblioteca pública para trabalhar quando estão em suas regiões de origem.
Decisão da farra veio da Mesa Diretora
Mas, no município capixaba da Serra os vereadores, o menor cargo da carreira política, acreditam pertencer à uma realiza e querem, às custas de quem paga impostos, viver em uma vida nababesca a base de dinheiro público. E a proposta não surgiu de um relés vereador, mas do próprio comando do legislativo daquele município. A Resolução 12/2021 foi preparada pela Mesa Diretora e é assinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Marcio Caldeira (PRTB), pelo primeiro vice-presidente Claber Serrinha (PDT), segundo vice-presidente Valteilton de Freitras Valim (PP), primeiro-secretário Alexisandro Pessimilio Bulhões (PMN) e o,segundo secretário Adriano Vasconcelos Rego (PSB).
Como o papel aceita tudo que nele se coloca, a “justificativa” para a aberração é que o projeto de Resolução 12/2021 “dispõe sobre o uso de carros oficiais no âmbito do poder legislativo do município da Serra”. Bem ao estilo brasileiro e ao contrário da seriedade dos políticos suecos, o artigo primeiro do tal projeto estabelece que “Os automóveis oficiais destinam-se, exclusivamente, ao serviço público e sua utilização deve observar os princípios que regem a administração pública”. Mas, não é isso que se vê nas ruas das cidades capixabas, onde os carros oficiais são usados para levar e trazer filhos á escola e as esposas ao salão de beleza. No artigo 4º releva o cargo de vereador a uma importância e relevância questionável: “Obrigação constante de representação oficial, pela natureza do cargo ou função (sic) ”.