Neste feriado nacional do Dia de Finados não será diferente: Vai chover no Espírito Santo
A previsão da Coordenação de Meteorologia da Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de que este final de semana prolongado, incluindo o Dia de Finados nesta terça-feira (2), reforça a lenda popular de que é tradição chover no feriado religioso, dedicado a orações e homenagens aos mortos. Quem explica se é lenda ou verdade são os meteorologistas do Incaper. Eles são os profissionais que estudam o tempo, o ambiente atmosférico e os fenómenos que nele ocorrem.
O mês de outubro se encerra com tempo instável no Espírito Santo. Previsão de chuva em todas as regiões neste domingo, podendo ocorrer na forma de pancadas, no trecho que vai desde o oeste da região Serrana até o ABC capixaba. O vento sopra com até moderada intensidade por toda a faixa litorânea, diz o Instituto. A previsão para até o dia de Finados na Grande Vitória é de variação de nuvens e previsão de chuva em alguns momentos, podendo vir na forma de pancadas a partir da tarde. Vento moderado no litoral, podendo ocorrer algumas rajadas. Temperatura mínima de 22 °C e máxima de 32 °C. Vitória: mínima de 22 °C e máxima de 31 °C.
Lenda ou verdade?
Nos arquivos do Incaper constam a divulgação de um texto sob o título “Sempre chove no Dia de Finados? ”, publicado em 1º de novembro de 2018. “Para milhões de católicos espalhados pelo mundo, o Dia de Finados é o dia de celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. Feriado oficial no calendário nacional, o Dia de Finados é celebrado no dia 2 de novembro. A alegação de que “sempre chove em Finados” possui cunho religioso e as pessoas associam a chuva à tristeza. Em regiões desérticas, no entanto, seria algo a se comemorar. Diz a lenda que chove nesse dia porque toda a tristeza das pessoas que perderam um ente querido sobe ao céu e desce em forma de chuva para lavar toda a mágoa de quem ficou”, iniciam os especialistas do Incaper.
“O mais interessante dessa crendice popular é que ela não resiste quando confrontada aos mais básicos questionamentos, mas, mesmo assim, todos a espalham sem ao menos pensar. As pessoas passam adiante a crendice e, convenientemente, esquecem das ocasiões em que ela não é verdadeira. Quando não chove num Dia de Finados, as pessoas simplesmente não falam nada. Ninguém se pergunta: “Não era pra ter chovido hoje?”. Temos aqui um caso explícito e claro de memória coletiva seletiva. Ou seja, as pessoas simplesmente querem continuar acreditando naquela informação, mesmo ao serem confrontadas com a verdade”, prossegue.
Fato – Explicação técnica
“A afirmação de que sempre chove no dia de Finados é muito mais fácil de ser assimilada em regiões de clima tropical, como o Brasil, por exemplo. Durante o mês de novembro, estamos na primavera para a região Sudeste do Brasil, que é uma estação de transição entre o inverno seco e o verão chuvoso. Assim, a chance de chover em grande parte do Brasil é realmente alta. Só que isso não é regra”, continuam.
“Aqui no Espírito Santo, por exemplo, novembro é considerado, baseado em uma climatologia (1984-2014), o segundo mês mais chuvoso do ano na maior parte do estado, só ficando atrás de dezembro. Assim, como estamos em época de chuvas, estatisticamente a probabilidade de que seja observada chuva no dia 2 de novembro é a mesma que aquela calculada para os dias 1 e 3 de novembro, por exemplo. Por falar em estatística, segundo levantamento feito nas séries históricas de dados de chuva da capital capixaba, Vitória, nos últimos 40 anos de dados observados, foram constatados 19 feriados de finados com chuva. Ou seja, em aproximadamente 50% dos feriados de finados choveu”, concluem.
Desmistificando o caso, os meteorologistas : temos igual probabilidade de ter chuva ou não, no dia de Finados! O Incaper convida aos capixabas para acompanhar a Previsão de Tempo na página inicial do site meteorologia.incaper.es.gov.br . Como curiosidade foi lembrado que o feriado de finados de 2010 foi o mais chuvoso em Vitória (ES), analisando a série de 1976 ao presente. Na ocasião, foram registrados 60,4 mm na estação meteorológica convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), localizada na Ilha de Santa Maria. A temperatura máxima não passou dos 24 °C.