Estimulada pela “modernização” eletrônica, com uso da internet, está avançando a extinção da categoria de bancários no Brasil. Segundo a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) referente ao primeiro bimestre de 2024, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), é apontada uma eliminação de 4.171 postos de trabalho bancário no acumulado dos últimos 12 meses.
A intensa digitalização de serviços financeiros levou os bancos a encerrar agencia bancárias físicas ou a transformar boa parte das que restaram em centro de negócios, onde somente são atendidos clientes pessoas jurídicas. O pequeno cliente que for em uma dessas agências, mesmo aquela onde tem a sua conta bancária registrada, nem entra mais no local. É atendo eletronicamente no espaço que fica na entrada do banco.
Agências bancárias agora são sem caixas e sem dinheiro
Em grandes bancos, como o Itaú, até os aposentados e pensionistas do INSS foram “obrigados” a fazer conta bancária, ao invés de promoverem o saque de seus benefícios pelo cartão entregue pelo Instituto, já que as agências físicas foram transformadas em centro de negócios, sem caixas e sem dinheiro em espécie.
Ali não existe mais o tradicional caixa e o recebimento dos valores pagos pelo INSS só é possível de ser sacado através do cartão do próprio banco, nos caixas eletrônicos ou fazer transferências bancárias através da internet. As entidades sindicais dos bancários garantem que as novas agências, sem caixa e sem dinheiro, não é uma uma exclusividade dos Itaú. O Bradesco, Santander e outros grandes bancos já utilizam essa modalidade, para reduzir custos e aumentos os lucros.
Segundo o Dieese, a análise dos dados dos dois primeiros meses de 2024, verificou-se uma abertura de 1.074 postos de trabalho. “O resultado positivo no bimestre é explicado por conta da convocação de aprovados em concurso do Banco do Brasil”, alertou o economista Gustavo Cavarzan, do Dieese. “Basta ver que a ampliação de vagas no período está associada, particularmente, à criação de vagas de ‘escriturário’. Se desconsiderarmos esta movimentação extraordinária, o saldo seria de 543 postos de trabalho a menos neste período”, explicou.
Realidade oposta
Ao se analisar o saldo do emprego bancário no ramo financeiro, do qual o setor bancário faz parte, verifica-se uma realidade oposta. Mesmo com o setor bancário puxando o número de vagas para baixo, nos últimos 12 meses, foram criados 20,5 mil postos de trabalho no ramo financeiro, uma média de criação de 1,7 mil postos/mês, com destaque para as cooperativas de crédito e os securitários, que juntos criaram 16,3 mil postos de trabalho no período.
O saldo no primeiro bimestre de 2024, excluindo a categoria bancária, foi de 4.764 postos de trabalho, quase seis vezes mais do que no mesmo período de 2023, novamente com destaque para o crédito cooperativo (+1.949 vagas), que desta vez é acompanhado pelos planos de saúde (+1.062 vagas).
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