O reitor Paulo Vargas recebeu nesta semana uma comissão formada por estudantes do grupo PET Cultura e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) para discutir melhorias nas condições de acessibilidade nos campi da Ufes. Dentre as diversas questões tratadas na reunião, foram definidas a criação de um fórum de estudantes com deficiência a fim de constituir uma instância que assegure maior protagonismo e participação, e reforço na formação de docentes no que se refere à inclusão de pessoas com deficiência.
Além do reitor e dos estudantes, participaram da reunião o pró-reitor de Assuntos Estudantis e Cidadania, Gustavo Forde; o superintendente de Infraestrutura, Alessandro Mattedi; a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes), Deborah Narcari; a coordenadora do PET Cultura e professora do Departamento de Teoria da Arte e Música, Maira Pêgo;e a chefe de gabinete interina, Carolina Anhoque.
Durante a reunião, os estudantes apresentaram reivindicações de melhorias na acessibilidade em espaços como o Restaurante Universitário (RU), o auditório do prédio IC-IV, alguns banheiros e vias de acesso. Os estudantes também pleitearam melhor formação dos professores para lidar com estudantes com deficiência. Já a professora Maira Pêgo informou que o grupo PET tem trabalhado para fazer o mapeamento dos pontos da Universidade que precisam de melhoria na acessibilidade.
O reitor afirmou que a intenção da Administração Central é estabelecer prioridades e atuar rapidamente. Para isso, orientou a Superintendência de Infraestrutura a realizar de uma ação emergencial “de identificação de onde é possível fazer intervenções imediatas nas vias de acesso, calçadas, passarelas, no RU e em outras áreas, na perspectiva de dar continuidade ao trabalho em desenvolvimento pelo PET Cultura, considerando o diagnóstico que está sendo construído”.
Paulo Vargas também lamentou as dificuldades enfrentadas pelos estudantes com deficiência e destacou que há um compromisso da gestão de solucionar os problemas. “A Universidade tem um débito com relação a essa questão que vem de longa data. Nós já fizemos alguns avanços, mas ainda é pouco diante do que é necessário fazer. É um compromisso nosso continuar trabalhando para obter resultados mais rápidos na promoção da acessibilidade ”, disse.
Espaço de debate
Vargas destacou a importância da criação do fórum de estudantes com deficiência, ideia que surgiu durante a realização do I Seminário UFES de Inclusão no Ensino Superior, em 2021. “Criar um espaço de debate que resulte em proposições concretas que possamos encaminhar é extremamente necessário porque, temos que reinventar a universidade dentro do novo contexto histórico que estamos vivendo. É um desafio que temos que enfrentar juntos”, afirmou.
Sobre a formação de docentes, o reitor concordou que precisa ser reforçada e lembrou que a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) já tem uma Política de Formação Continuada para professores. Em 2021, um dos temas abordados nos cursos ofertados foi acesso e permanência de estudantes com deficiência.
Ações
Desde 2020, a atual gestão da Ufes vem realizando diversas ações para a melhoria da acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência, a partir do Plano de Ação de Acessibilidade elaborado em 2018, como:
- – Seminários sobre inclusão e acessibilidade;
- – Implementação da política de acessibilidade digital para o desenvolvimento de produtos web;
- – Cursos de formação pedagógica para docentes;
- – Cursos diversos para formação em acessibilidade
- – Encontros periódicos com docentes e discentes, nos centros que possuem estudantes com deficiência;
- – Ampliação da equipe técnica do Naufes para três técnicos administrativos, duas assistentes sociais, duas pedagogas, uma psicóloga;
- – Elaboração de processos licitatórios para melhorias arquitetônicas;
- – Instalação da comunicação visual do Naufes;
- – Levantamento das necessidades de acessibilidade nos prédios de Goiabeiras;
- – Campanhas institucionais para a acessibilidade;
- – Avaliação da acessibilidade nos portais da Ufes;
- – Reforma da Biblioteca Central contemplando a acessibilidade;
- – Implementação do Laboratório Informacional e Tecnologias Assistivas na Biblioteca Central.
Além disso, o Naufes trabalha para a contratação de mais interpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Todas as ações contam com o envolvimento de estudantes da Ufes com deficiência.