A cerimônia de posse do ambientalista, filósofo e poeta Ailton Krenak será realizada nesta sexta-feira, 5 de abril, às 20h, no Petit Trianon, na sede da Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio. Ailton Krenak ocupará a Cadeira 5, vaga com a morte de Jose Murilo de Carvalho, em agosto de 2023.
Krenak foi eleito por 23 votos, superando a historiadora Mary Del Priore, que teve 12 votos e o indígena Daniel Munduruku, com 4. Ele será recebido pela Acadêmica Heloísa Teixeira. A espada será entregue pelo Acadêmico Arnaldo Niskier, o colar pela Acadêmica Fernanda Montenegro e o diploma pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin. A comissão de entrada será formada pelos Acadêmicos Edmar Lisboa Bacha, Joaquim Falcão e Ruy Castro. Já a comissão de saída pela Acadêmica Ana Maria Machado e pelos Acadêmicos Geraldo Carneiro e Antônio Torres.
Krenak sugere a ABL disponibilizar uso público sua biblioteca
O evento, exclusivo para convidados, será transmitido ao vivo pelo site da ABL e pelo canal de Youtube da ABL. Krenak afirma que uma de suas intenções é convidar a ABL para criar uma plataforma, que tenha uma experiência parecida com uma plataforma que já existe, a Biblioteca Ailton Krenak, disponível para quem deseja ter acesso a centenas de imagens, textos, filmes e documentos.
“Poderíamos fazer isso com todas as línguas nativas. Teria tudo a ver com a Academia Brasileira de Letras incluir mais umas 170 línguas além do português. Se olhamos os acervos que já existem, o Museu do Índio tem um acervo muito antigo de registros de narrativas, algumas delas só na língua materna. Vamos traduzilas com uma tradução simultânea e as pessoas vão poder ouvir”, disse o novo acadêmico no dia da sua eleição.
”Podemos fazer isso junto com todas as etnias que estão envolvidas no resgaste linguístico. A UNESCO declarou essa década, a segunda década das línguas indígenas. Podemos chamá-la para dar um pouco mais de publicidade junto com a ABL, porque quando está na web, está no mundo, deixa de estar apenas no site. A ideia é priorizar a oralidade, e não o texto. O que ameaça essas línguas é a ausência de falantes” completou.