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Além de brigar contra a privatização na Justiça, trabalhadores dos Correios vão fazer várias ações no ES

Entre essas está a conversação com os parlamentares federais, campanha de convencimento da população contra a privatização, forte atuação nas redes sociais e mobilizações de rua

Recente assembleia dos trabalhadores dos Correios na Praça 8, no Centro de Vitória | Foto: Divulgação

No Espírito Santo os Correios empregam cerca de 1,7 mil trabalhadores e o anúncio de que a centenária empresa pública será privatizada levou a categoria a se mobilizar. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Espírito Santo (Sintect-ES), Antonio Braga, o Toni, além do pedido de inconstitucionalidade protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF), serão feitas conversações com os parlamentares, campanha de convencimento da população e forte atuação nas redes sociais.

“E também mobilizações de rua, já que estamos em plena campanha salarial”,. Assinalou Toni. “Esse projeto está sendo tocado de uma forma bizarra, podemos assim dizer. A gente não esperava que fosse tratado desse formato, que está sendo inconstitucional, já que o serviço postal faz parte da Constituição e não poderia ser por um projeto de lei. E, depois o próprio governo vai atropelando todos os processos, retirando de pauta, não querendo ouvir a sociedade, as comissões e tocando uma urgência. E vai passando a boiada e atropelando tudo, como a Constituição, interesse público”, completou.

Ataques na imagem

O sindicalista acrescentou que, paralelamente a isso, o trabalhador também está sofrendo um ataque na imagem, com o próprio ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, Fábio Faria, que é filho do ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, e casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha do empresário Silvio Santos, fazendo um pronunciamento sobre a privatização dos Correios. “Até acho engraçado e a gente comenta com os trabalhadores que ele falou inúmeras mentidas, mas pelo menos uma coisa foi verdadeira. Finalmente o governo deixou de falar que não era privatização e assumiu que era privatização mesmo”, disse Toni.

Os números de correspondências e encomendas que passam pelos Correios se tornou um segredo, que nem os trabalhadores tem, explicou o sindicalista.” Está um caos. A gente manda oficio, eles demoraram três, quatro, cinco ou seis meses quando respondem e às vezes nem respondem. Algumas informações eles estão segurando”, explicou.

Demissões com a privatização

Apesar de a legislação em debate no Congresso Nacional estabelecer que as agências localizadas em logradouros remotos e deficitários não serão fechadas, é impossível alguém acreditar que isso será cumprido, já que o governo sempre atuou de forma subalterna diante de grandes grupos econômicos. O mesmo projeto de lei estabelece um prazo para o grupo empresarial que vier comprar os Correios inicie o processo de demissão em massa, para manter lucratividade no negócio.

“Hoje somos celetistas, regidos pela CLT, e temos muitas diferenças com o Banco do Brasil (BB), que  também é estatal. O BB pode demitir um trabalhador dele, mas nos Correios conseguimos provar através do STF que o trabalhador só pode ser demitido por motivação. Tem que ter um motivo para mandar embora. Se for para o setor privado, aí sim acaba-se com essa garantia. Estamos na luta para que isso não aconteça, mas se acontecer estamos na luta para também garantir”, completou o presidente do Sindicatos dos Correios no Estado.