Destruidor da floresta brasileira, com multa milionária ainda não paga ao Ibama, o cantor bolsonarista Amado Batista é outro músico que saiu do sarcófago para convocar a claque do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a ir para as ruas se manifestar contra a democracia no próximo 7 de setembro. O goiano de 70 anos fez coro com o sertanejo bolsonarista Sérgio Reis na mesma convocação criminosa de atos antidemocrático para o dia da Independência.
Em 17 de novembro do ano passado, em pleno auge da pandemia e das mortes pelo Covid-19 Bolsonaro fugiu de uma reunião com os dirigentes do laboratório Pfizer, que tinha como pauta a aquisição de vacinas, para ir em um encontro com o Amado Batista. O cantor bolsonarista se avistou com o presidente na comemoração pelo aniversário de 54 anos da Embratur, evento considerado pelos bolsonaristas muito mais importante do que negociar a compra de vacina contra o coronavírus.
A ideologia fascista une Amado Batista e Bolsonaro, tanto que o cantor gravou um vídeo para difusão nas redes sociais, onde sob o som do Hino Nacional, diz: “Brasil, acorda! Estaremos juntos nas ruas em favor do Brasil, em favor da nossa liberdade, em favor do nosso capitão, presidente. Aliás, nós o elegemos para isso, para que ele pudesse dar um rumo novo a esse país, virasse um primeiro mundo, que é o que todos nós sonhamos”, diz ele na gravação.
Ibama não encontra Batista
O Ibama sob a gestão de Bolsonaro fingiu que estava procurando o cantor bolsonarista em fevereiro do ano passado, para notificar de uma multa superior a R4 1 milhão por desmatamento de mata natural. Mas, o órgão federal alegava não encontrar. Na época o portal de notícias The Intercept Brasil fez uma ampla reportagem para mostrar a conivência do Ibama com os agressores da natureza e mostrou que o próprio site de Amado Batista dava a sua localização diária, onde se apresentava para shows.
Segundo o Intercept, Amado Batista recebeu uma multa de R$ 1,24 milhão por desmatamento em sua fazenda em Cocalinho, na divisa do Mato Grosso com Goiás, em 2014. O município, na região do rio Araguaia, tem um dos maiores índices de desmatamento no Estado, diretamente relacionado à pecuária. A Fazenda Sol Vermelho, de propriedade de Amado Batista, dedicada à engorda de bezerros, já havia sido alvo de uma ação criminal da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público do Mato Grosso por “grave dano ambiental provocado nas áreas de preservação permanente e de reserva legal”.