Analista automobilístico critica Bolsonaro por favorecer ricos, ao zerar imposto sobre carros elétricos

Um dos consultores automobilísticos mais respeitado no Brasil, Paulo Cardamone, CEO da Bright Consulting, escreveu um artigo para condenar o benefício que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem dando aos ricos do Brasil, ao zerar o imposto para a compra de carro elétrico. Esse tipo de veículo tem preços abusivos, excessivamente caro e somente são consumidos pela elite econômica do país.

O automóvel elétrico mais barato no Brasil é o Renault Kwid E-Tech, que custa R$ 142.990, mais do dobro do valor do Renault Kwid convencional, que custa R$ 60 mil opu do Fiat Mobi convencial, que custa R$ 61 mil. Os elétricos têm preços distante da realidade do consumidor comum, como o JAC e-JS1, que custa R$ 164.990, enquanto os lançamentos dos elétricos mais recentes, como o Volvo C40 Recharge (R$ 419.990), BYD Tan (R$ 474.619) e BMW iX (R$ 654.950 a R$ 799.950). Os mais caros entre os elétricos são o Mercedes-AMG EQS 53 4MATIC+, que é vendido por R$ 1.350.090. Todos esses carros são beneficiados com a isenção de impostos.

Benefícios aos ricos, proporcionado por Bolsonaro

“No caso dos veículos de passageiros elétricos puros, o imposto zero aplicado hoje aos mesmos significa um benefício às montadoras 2 vezes maior ao benefício que hoje é dado na Alemanha e quase 3 vezes mais do que o ofertado nos EUA”.

“O benefício no Brasil aos veículos elétricos é um dos maiores do mundo e deveriam ser reorientados no curto prazo para os “híbridos flex” e no médio para os Fuel Cell a etanol que trarão reais benefícios aos consumidores e à indústria”, disse Cardamone no seu artigo.

O analista lembra que os subsídios são ofertados pelo Estado, mas pagos pelo contribuinte e para os veículos premium, por exemplo, um benefício de 30% a 40% sobre a Tarifa Externa Comum do Mercosul, que é de 20%, seria de muito bom tamanho. Ele ainda faz a seguinte observação: “Colocaram as fábricas inglesas, alemãs e chinesas no porto de Santos ao custo do frete. Quem pensará em produzir esses veículos aqui se puder trazer de fora com esta equação?”.

“A mobilidade usa a infraestrutura que é paga por todo cidadão. O Rota 2030 é um programa de grande valor, mas cometeu um erro importante ao conjugar para estabelecer imposto de importação “zero” para veículos elétricos e taxas de 2 % a 4% para híbridos que hoje só conseguem ser adquiridos por consumidores de altíssima renda que adquirem veículos super premium”, completou.

Veja quanto custa o carro elétrico vendido no Brasil: