Conduzido pela Polícia de Miami até o Aeroporto Internacional de Orlando nesta última noite de sexta-feira (13), o ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) embarcou às 21h10 em um avião Boeing 737b MAX 8, do voo G37601 da Gol com destino à Brasília (DF). O voo durou 7h29 e foi possível fazer o acompanhamento através do aplicativo de monitoramento do tráfego aéreo Flightradar24. O avião fez o pouso às 7h e saiu às 7h15 preso da aeronave, sendo escoltando até o desembarque por agentes da Polícia Federal (PF).
Foi montado um esquema especial pelas forças de segurança para receber o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Estado da Segurança Pública do Distrito Federal. Ao descer do avião da Gol, Torres foi recebido por um delegado da PF e encaminhado ao hangar da PF no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele recebeu ordem de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por suspeita de ter facilitado a ação de terroristas bolsonaristas, que depredaram as sedes dos Três Poderes da República no último domingo, dia 8.
Apesar de ter assumindo o cargo de secretário de Segurança Pública de Brasília no último dia 1º, Anderson Torres se encontrava de férias na mesma cidade americana onde está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Como agravante, em buscas feitas pela PF nesta semana na sua residência, em Brasília, foi encontrada a minuta de proposta para decreto, onde o ex-presidente Bolsonaro decretaria a instauração de um estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo dessa ação era reverter o resultado do segundo turno da eleição presidencial em que o presidente Lula (PT) foi o vencedor e colocar o ex-presidente como sendo o “eleito”.
Moraes inclui Bolsonaro em inquérito sobre ataques antidemocráticos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitou na noite desta sexta-feira (13) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a autoria intelectual dos atos antidemocráticos realizados no domingo (8) e que resultaram na invasão e depredação nos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional em Brasília. As informações são da Agência Brasil.
“O pronunciamento do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às Instituições, em especial o STF – imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o TSE–, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi fraudado”, escreveu o ministro.
Moraes também determinou a realização de diligências, como envio de pedido de informações à Meta, empresa que administra o Facebook, para preservar o vídeo, que foi apagado, além do fornecimento de dados sobre alcance da postagem, autoria da publicação, número de compartilhamentos e de comentários.
O ministro também quer a oitava de especialistas em comunicação de politica de movimentos extremistas e em monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro.
Por fim, o ministro deixou de analisar o pedido para o ex-presidente prestar depoimento porque Bolsonaro está nos Estados Unidos.
Defesa
Em nota, o advogado Frederick Wassef declarou que Bolsonaro não tem relação com as manifestações e que repudia veementemente os atos de vandalismo.
“O presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”, declarou a defesa.
PGR
Mais cedo, a procuradoria pediu a abertura de investigação e argumentou que Bolsonaro teria feito a incitação pública ao crime ao publicar um vídeo nas redes sociais, no dia 10 de janeiro, que tinha como tema o questionamento da regularidade das eleições de 2022.
Na petição, a procuradoria argumenta que Bolsonaro teria feito a incitação pública ao crime ao publicar um vídeo nas redes sociais, no dia 10 de janeiro, que tinha como tema o questionamento da regularidade das eleições de 2022.
No entendimento do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, a conduta deve ser apurada por ter ocorrido após os atos contra a sede dos Três Poderes.