O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor Marcus David, divulgou nesta última quinta-feira (2), um vídeo no qual informa aos reitores e reitoras das universidades federais, à comunidade universitária e a toda a sociedade sobre as reuniões realizadas pela entidade junto ao Ministério da Educação e ao Ministério da Casa Civil para tratar do bloqueio de 14,5% dos recursos orçamentários deste ano, promovido pelo Governo Federal na última sexta-feira, 27 de maio.
Estiveram presentes o ministro da Educação, Victor Godoy, a reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Guimarães, e o secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduíno. “Eles tiveram a oportunidade de relatar a gravidade da situação orçamentária vivida por nossas instituições e ouviram do ministro uma justificativa que, em função do curto espaço de tempo, ele não teve como aprofundar os estudos e aplicou um corte linear em todas as unidades do ministério da Educação. Mas ele também se comprometeu a lutar na tentativa de reverter esse bloqueio”, disse Marcus David.
Já nesta quarta-feira, 1º de junho, o presidente da Andifes, a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Marcia Abraão, e Gustavo Balduíno se reuniram com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (foto). “Ouvimos do ministro que, em que pese as dificuldades orçamentárias enfrentadas pelo Governo, ele se empenharia em buscar uma solução para atenuar nossos problemas”, relatou Marcus David.
O presidente da Andifes destacou ainda a forte mobilização de reitores e reitoras dos vários estados junto ao Congresso Nacional: “Vários parlamentares foram sensibilizados da gravidade da situação e estão dispostos a contribuir na busca de uma solução.
Ele também registrou a interlocução que a Andifes tem buscado com entidades científicas e sindicais, com o movimento estudantil, com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica (Conif), que representa os institutos federais, e que enfrentam as mesmas dificuldades das universidades federais. “Este trabalho conjunto certamente aumenta a possibilidade de êxito em nossa empreitada. Continuaremos intensamente lutando para a reversão dos cortes que foram feitos no orçamento das nossas instituições”, afirma.
Posicionamento da Ufes
No dia 30 de maio, a Administração Central da Ufes se posicionou defendendo a imediata suspensão do bloqueio nas verbas das universidades para que seja possível dar sequência às atividades acadêmicas e administrativas deste ano com qualidade. No comunicado, o reitor da Ufes, Paulo Vargas, e o vice-reitor, Roney Pignaton, afirmam que o bloqueio provocará impactos significativos na operação das universidades e afetará a recuperação das condições de funcionamento presencial.
Na Ufes, a medida alcançou a cifra de R$ 17.908.387, dos quais R$ 11,2 milhões se referem a custeio (manutenção e funcionamento da Universidade) e R$ 6,6 milhões a capital (investimentos em obras e equipamentos). O texto destaca ainda que, desde 2016, as universidades federais vêm sofrendo reduções contínuas nos seus orçamentos de custeio e capital.