Em uma amostragem dos preços praticados pelos revendedores de combustíveis no Espírito Santo entre 13 de março e este sábado (19), a Agência Nacional do Petróleo (ANP) observou que o preço do litro da gasolina aditivada vai de R$ 7,07 (São Mateus) a R$ 7,90 (Guarapari). A ANP coletou os valores praticas em 86 postos. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES), o Estado possui 705 postos. A sondagem da ANP ouviu apenas, 12,20% do total de revendedores.
Na pesquisa referente à semana anterior e antes do mais recente aumento de preços promovido pelo governo Bolsonaro, o valor mínimo do litro da mesma gasolina aditivada era de R$ 6,38 (Serra) e o máximo de R$ 8,40 (Guarapari). O preço mínimo teve um aumento para o consumidor capixaba de 10,81%. O posto que revende a gasolina mais cara no Espírito Santo, segundo a amostragem da ANP é o Posto Praia de Santa Monica Ltda, na Rodovia do Sol, S/nº, no Km 5, em Santa Monica e com a bandeira Vibra Energia (antiga BR).
Defasagem nos preços prossegue, diz Sindipostos-ES
Em um comunicado aos seus associados, o Sindipostos-ES lembrou que o último reajuste de 18,7% o preço da gasolina e em 24,9% o do diesel foi porque a Petrobras optou por repassar parcialmente, para o mercado doméstico, os efeitos da valorização recente do petróleo. “Os novos reajustes abrem espaço para viabilizar mais importações, num momento em que a oferta de derivados dá sinais de estresse em algumas regiões. A expectativa, contudo, é que poucas empresas se arriscarão no mercado externo, enquanto os preços da Petrobras continuam defasados”, alertou a entidade de representação dos donos de postos capixabas.
“Os reajustes pressionarão os preços ao consumidor. A Ativa Investimentos estima que o aumento dos preços nas refinarias deve levar a uma alta de 6,2% no preço da gasolina nas bombas. Se confirmadas as projeções, o preço médio do combustível pode ultrapassar os R$ 7 o litro no país – realidade, aliás, já encontrada em algumas praças, como o Rio de Janeiro, mesmo antes de a Petrobras anunciar o reajuste. O litro da gasolina era vendido na quarta-feira, em média, a R$ 6,778, segundo pesquisa de mercado da Triad Reseach”, prosseguiu o Sindipostos-ES.
“Do lado político, há quem avalie que o reajuste pode colocar nova pressão sobre a Petrobras. O alinhamento dos preços da estatal ao mercado internacional é alvo de críticas da oposição e do governo de Jair Bolsonaro – que, segundo fontes, pressionou o presidente da petroleira, Joaquim Silva e Luna, a congelar os preços temporariamente. O general, por sua vez, vinha defendendo a necessidade dos reajustes, devido aos riscos de desabastecimento”, concluiu o comunicado da entidade dos postos de combustíveis.