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Aplicativo gratuito da Ufes monitora e disponibiliza previsões de chuva e vazão em rios do Estado

Aplicativo gratuito da Ufes monitora e disponibiliza previsões de chuva e vazão em rios do Estado | Imagens: Divulgação

Um sistema de monitoramento e previsão de chuvas, e vazões de curto prazo da bacia do rio Santa Maria da Vitória (localizada na região central do Espírito Santo) em tempo real, permitindo a gestão mais adequada dos recursos hídricos e a previsão de cenários de escassez: esse é o objetivo central de um estudo coordenado pela Ufes, que originou o aplicativo para smartphones e tablets HidroES.

O HidroES permite a visualização das informações de monitoramento de variáveis hidrológicas (chuva e vazão), além de oferecer previsões diárias de chuva e vazões com até dez dias de antecedência de forma fácil, intuitiva e acessível. O aplicativo é gratuito e está disponível nas plataformas Google Play e Apple Store.

Sob coordenação geral do professor do Departamento de Engenharia Ambiental (DEA/Ufes) Diogo Buarque, o estudo reuniu pesquisadores, gestores públicos, especialistas, professores, estudantes e entidades públicas e privadas, como a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh/ES), o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP/ES), o comitê da bacia hidrográfica do rio Santa Maria da Vitória, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a ArcelorMittal Tubarão (financiadora da pesquisa) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Conflitos

A bacia hidrográfica do rio Santa Maria da Vitória possui área de drenagem de 1.876 quilômetros quadrados e abrange cinco municípios capixabas: Santa Maria de Jetibá, parte de Cariacica, Santa Leopoldina, Serra e Vitória. De acordo com Buarque, a bacia é importante tanto pelas atividades econômicas ali desenvolvidas quanto por ser, juntamente com a bacia hidrográfica do rio Jucu, o principal manancial de abastecimento da Região Metropolitana da Grande Vitória, beneficiando cerca de 600 mil pessoas.

Segundo o coordenador do estudo, o rio tem registrado conflitos pelo uso da água em cenários recorrentes de escassez hídrica. O conhecimento das vazões em tempo real e das estimativas das vazões futuras permite que usuários, governos e sociedade civil tomem providências para o enfrentamento de períodos de seca, tais como redução gradual da demanda hídrica, realocação de equipamentos, campanhas públicas e acordos comunitários para uso compartilhado das águas. “Com o sistema que desenvolvemos, é possível que haja uma articulação coletiva no intuito de criar ações para enfrentar de forma adequada um período de baixas vazões, minimizando impactos na qualidade de vida dos cidadãos, nas atividades econômicas e na preservação do meio ambiente”, sinaliza.

Aplicativo

As atividades do projeto foram desenvolvidas ao longo de 21 meses e envolveram a utilização de previsões quantitativas de chuva e informações sobre chuva e vazão, com auxílio de modelagem hidrológica e hidráulica. O sistema de previsão envolvido alimenta uma estrutura de banco de dados e de gerenciamento do HidroES, por meio dos quais o operador tem acesso aos dados de monitoramento disponíveis na bacia e define as informações que podem ser disponibilizadas pelo aplicativo.

O HidroES permite reconhecer estações próximas a ele, facilitando a identificação dessas estações na bacia e possibilitando a seleção de estações de interesse para visualização rápida das suas informações. “O sistema é ainda flexível e permite a inclusão de novas estações na medida em que elas venham a ser implantadas. Além disso, por meio de gráficos e dados numéricos, é possível visualizar a previsão de chuva e de vazão para os próximos dez dias, incluindo alertas de risco de eventos extremos”, ressalta Buarque.

Desde maio, o projeto está sob operação e manutenção da Agerh/ES. A ideia dos pesquisadores é que em breve o monitoramento realizado na bacia do rio Santa Maria da Vitória possa ser expandido para toda a região hidrográfica que compõe o estado do Espírito Santo.

Texto: Adriana Damasceno