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Após as manifestações, MEC libera o pagamento de auxílios da Assistência Estudantil da Ufes


Quem deve, tem a obrigação de pagar. Mas, isso somente foi possível porque os estudantes se rebelaram e promoveram uma manifestação em sintonia com um movimento nacional idêntico


As manifestações mostraram a sua importância, já que os estudantes tiveram a vitória de fazer com que o MEC liberalize o dinheiro que estava bloqueado e impedido de pagar os auxílios aos estudantes carentes | Foto: Redes sociais

No final da tarde desta última quinta-feira (8), após a Ufes ter suspendido às aulas devido as manifestações dos universitários contra os cortes orçamentários, que impedia o pagamento dos auxílios pagos a 4.423 estudantes beneficiados pelo Programa de Assistência Estudantil da Ufes (Proaes-Ufes), o Ministério da Educação (MEC) de Bolsonaro liberou os recursos. O MEC liberou R$ 1,6 milhão.

Segundo a Administração Central da Ufes, os recursos já foram encaminhados aos bancos para a efetivação do pagamento. A expectativa é que os estudantes recebam os valores em conta até a noite desta sexta-feira (9), a depender do processo de compensação bancária. A Ufes disse que segue monitorando o sistema e aguarda a liberação de recursos que permitam o pagamento das demais bolsas.

Um universitário de 23 anos que estuda no campus de Maruípe, em Vitória (ES), disse que recebe R$ 347,00 de ajuda para auxílio moradia, mas que não sobra dinheiro, o que obriga a ir a pé até o campus de Goiabeiras para jantar no Restaurante Universitário. Acrescentou que fica sem alimentação intermediária até o almoço no dia seguinte. A Diretoria da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) repudiou a perversidade de Bolsonaro em seus últimos dias de governo, por ter deixado milhares de estudantes que tiveram bolsas e auxílios de assistência estudantil cortados.

MEC diz ter liberado recursos para pagar as bolsas da Capes

Segundo a assessoria de imprensa do MEC, R$ 50 milhões para o pagamento de bolsas dos programas destinados à formação de professores para a educação básica, executados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).  A fundação, no entanto, ainda precisa de R$ 150 milhões para o pagamento das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no país.

De acordo com a Agência Brasil, vinculada ao MEC, a Capes é uma das instituições mais afetadas pelos bloqueios orçamentários federais. “Essa liberação, embora resulte na quitação integral dos compromissos assumidos pelos referidos programas, ainda é insuficiente para permitir à Capes honrar todos os seus compromissos legitimamente assumidos”, diz a nota divulgada pela Capes.

Segundo a Capes, o valor liberado cobrirá as quase 100 mil bolsas vinculadas a programas como Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), Residência Pedagógica e Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

O corte no orçamento promovido por Bolsonaro, segundo a Capes, afetou mais de 200 mil bolsistas da fundação, que deveriam ter recebido o pagamento deste mês até ontem (7). São estudantes de mestrado, doutorado, pós-doutorado e de integrantes de programas voltados à formação de professores da educação básica. Os recursos liberados somente vão cobrir as bolas de menor valor, oferecidas por programas como Pibid e Residência Pedagógica, por exemplo, que variam entre R$ 400 e R$ 1,5 mil, conforme a modalidade. Entre as demais bolsas de responsabilidade da Capes estão as de R$ 1,5 mil para mestrado e R$ 2,2 mil para doutorado e R$ 4,1 mil para pós-doutorado.