fbpx
Início > Assassinato do radialista e deputado Antário Filho completa 26 anos neste Réveillon

Assassinato do radialista e deputado Antário Filho completa 26 anos neste Réveillon

Assassinato do radialista e deputado estadual Antário Filho completa 26 anos neste Réveillon

Neste domingo (31), momentos antes do Réveillon, vai ser completado 26 anos do assassinato do radialista e então deputado estadual pelo PSDB, Antário Alexandre Theodoro Filho, o Antário Filho, que tinha 42 anos. Apesar do assassino Edson Antônio da Silva ter sido condenado a 15 anos de reclusão, ele ficou apenas 19 meses preso. O seu irmão, que o ajudou no crime, Luiz Antônio da Silva, foi absolvido pela Justiça.

O crime ocorreu exatamente às 22h18 do dia 31 de dezembro de 1997, dentro dos estúdios da Rádio Tropical FM, a 103.7 MHz, que naquela época ficava na Rua da Laje, 13, no Bairro Itaquari, em Cariacica (ES). Era uma rua pequena, escura, sem calçamento e sem saída. A emissora tinha a tradição de fazer o Réveillon mais animado do Estado e era líder de audiência nas pesquisas feitas pelo Ibope.

Antário estava no estúdio acompanhado da namorada e do filho, Antário Neto, então com 15 anos. Milhares de famílias ouviam a Rádio Tropical naquele momento, em casa, nos quiosques à beira da praia e nos carros. De repente a rádio ficou em silêncio por uns instantes, trazendo surpresa para os ouvintes. E em seguida, o microfone foi aberto e o seu filho entrou no ar pedindo socorro e dizendo que a emissora tinha sido assaltada. Depois falou que o deputado tinha sido baleado.

Segundo o Departamento Médico Legal (DML), foram 10 tiros que atingiram o radialista, sendo oito no tórax, um no pescoço e outro no rosto. O amigo e radialista Renato Duarte acompanhava a programação de Réveillon e achou estranho a rádio ficar em silêncio. E ao ouvir os gritos de socorro, correu para a emissora e foi o responsável por levar o radialista até o Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória, onde não resistiu aos ferimentos feitos pelos tiros e veio a óbito. A rádio ficou fora do ar por 11 horas.

Mais de 10 mil pessoas acompanharam, em comoção, o sepultamento de Antário Filho, que ocorreu às 16h15 do dia 2 de janeiro de 1998, no jazigo 505 do setor Camélia, no Cemitério Jardim da Paz, em Laranjeiras, na Serra (ES). Lá estava a sua legião de ouvintes, familiares, amigos e os políticos. O assassino e seu irmão trabalhavam naquela época como faxineiros de uma empresa de serviços no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Eles estavam acompanhados de quatro mulheres.

Dois anos após o crime, o primeiro julgamento, os dois irmãos foram absolvidos, o que levou o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) a recorrer, tendo conseguido um novo julgamento, que só ocorreu em 2005. Nesse outro, o assassino foi condenado a 15 anos de cadeia e o seu irmão, que o aguardava em um automóvel Gol branco, na porta da rádio, foi absolvido. Mas, a condenação acabou se limitando a 19 meses, já que a Justiça concedeu alvará de soltura.

Conclusão do Relatório Final da CPI do Prodespol

CPI do Prodespol

Passado um quarto de século do crime, ainda há muitos capixabas que não se convenceram de que o crime tenha sido passional, já que o criminoso alegou que o radialista teria se envolvido com mulher sua. Antário tinha sido o relator da CPI do Prodespol, um programa da Cesan que captou milhões de dólares junto ao Banco Mundial. Havia indícios de corrupção por parte de funcionários públicos, em cargo comissionado de relevância, além de um secretário de Estado da época.

A CPI foi concluída no mesmo ano de sua morte e o resultado, que absolveu os investigados, não convenceu a sociedade de que não tinha havido corrupção. Segundo amigos de Antário Filho, o deputado havia confidenciado a amigos que pretendia pedir a reabertura da CPI. Nos registros da Assembleia Legislativa consta o relatório de Antário, onde ele diz::”Não tendo havido comprovações cabais de irregularidades cometidas, somos por recomendar a aprovação do seguinte:”

  • “A Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pela Resolução nº 1.850/97, é pelo arquivamento do Processo Legislativo DLPL nº 1.024/97, face a inexistência de comprovação de irregularidades”

O fim melancólico da CPI do Prodespol desagradou a sociedade, devido à ostentação de riqueza que os investigados apresentavam. Com o descrédito popular, o nome Prodespol foi modificado pelo Governo do Estado, que passou a adotar a denominação Programa Águas Limpas, para construir o sistema de esgotamento sanitário dos municípios do Estado.