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Assembleia debaterá perda de direitos de moradores de Vitória com integração ao Transcol

Prefeito Pasolini não intercedeu em favor dos munícipes que tem gratuidade garantida em lei municipal, não reconhecida pelo Estado

Integração dos ônibus de Vitória ao sistema Transcol ameaça direito para quem tem gratuidade garantida por lei municipal, ignorada pelo Governo do Estado, e prefeito Lorenzo Pasolini prefere ignorar o equívoco da entrega do controle dos ônibus municipais à Ceturb sem que tivesse ocorrido um amplo debate com a sociedade

Após a entrega do controle dos ônibus municipais de Vitória para o Governo do Estado, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pasolini (Republicanos) descumpriu uma afirmação dada à imprensa, antes de tomar posse como o “alcaide” da capital,no sentido de que iria fazr valer uma lei municipal que concede gratuidade para uma parcela dos moradores. O Governo do Estado passa popr cima da legislação em vigor no município e a ignora por completo. Os munícipes de Vitória só tiveram a perder com essa “integração” ao Transcol.

Um dos problemas que foi ignorado pelo prefeito atual é o possível fim da gratuidade no transporte coletivo municipal de Vitória para pessoas que vivem com HIV/Aids e que será o tema da reunião da Comissão de Assistência Social na quarta-feira (16), às 12h10, na Assembleia Legislativa. A lei em vigor na capital corre o risco de perder a eficácia (embora continue em vigor, mas ignorada pelo Governo do Estado e pela inércia do prefeito em fazer valer a lei de seu próprio município) a partir da unificação das linhas locais com o sistema Transcol, administrado pelo Estado.

A Secretaria Munidicpal de Transportes (Setran) foi procurada insistentemente para dar uma posição sobre o fato de o Estado ignorar uma lei do município, quer teima em não reconhecer a validade, mesmo estando em pleno vigor. A Setran também foi questionado porque permitiu quer fosse dado o controle dos ônibus municipais, sem essa definição e que a integração funcione na prática. O morador de Vitória tem um prazo exíguo para a validade da passagem paga em um veículo, para embarcar em outro. Não é considerada a deficiência do transporte coletivo municipal, onde os veículos demoram muito tempo para aparecer e, assim, fica inviabilizada a “integração” e o usuário tem que pagar outra passagem. A integração é um mito, que não existe na prática.

Assembleia diz ter conhecimento

 Mas a Setran se recusou dar um posicionamento, não tendo a dignidade de mandar um e-mail por escrito dizendo que se recusa a comentar o mau negócio que foi a entrega do controle dos ônibus municipais para o Estado. Segundo release da Assembleia Legislativa, divulgado em seu portal oficial, a recusa do Estado em aceitar a lei de gratuidade municipal é de conhecimento da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do ES (Ceturb/ES), mas a empresa demonstra resistência, afirma Dario Sergio Rosa Coelho, membro da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS-RNP+ES. Segundo ele, se não for resolvida, a questão pode levar ao aumento do número de casos, pois a medida impacta na adesão ao tratamento.

Dario Coelho explica que, quando uma pessoa segue adequadamente o tratamento, deixa de transmitir o vírus em seis meses. Conforme disse, o fim do passe livre pode gerar outras dificuldades. O dinheiro que deixa de ser empregado nas passagens, por exemplo, é usado para comprar medicamentos não custeados pelo SUS e garantir alimentação adequada. Muitos dos que dependem dessa legislação vivem na linha da pobreza.

Lei municipal

A lei municipal contempla pessoas que vivem com HIV/Aids e ganham até três salários mínimos. Está em vigor desde 2011. A luta da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS-RNP+ES é para que esse benefício possa valer no transporte coletivo operado pelo Transcol. “Se acabar a gratuidade vai ser o caos porque muitas pessoas não terão com ir à consulta”, desabafa Dario Coelho.

A entidade considera que os deputados podem levar esse assunto para ser debatido junto ao Palácio Anchieta e contam com isso para sensibilizar o  Executivo. Além de Coelho, o também membro da Rede Nacional Sidney Parreiras Oliveira deve participar da reunião. O colegiado convidou ainda o presidente da Ceturb, Raphael Trés.