Com lucro líquido recorde de R$ 251 milhões em 2021, segundo comunicado oficial do Banestes , finalmente o governo do PSB de Renato Casagrande confirmou as apreensões do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo. O Banestes será mesmo privatizado. Segundo publicação feita pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) nesta segunda-feira (16), o projeto de lei 77/2022, encaminhado em 18 de fevereiro deste ano, “tem o objetivo de autorizar o Banestes a constituir subsidiárias e controladas, além de permitir a participação em sociedades”.
É o que vinha alertando os sindicalistas. A proposta visa iniciar o processo de privatização pela subsidiária Banestes Seguros. “De acordo com o que está disposto no Projeto do 77/2022, o Executivo estadual tomou a decisão observando a necessidade de o banco se adaptar à nova realidade do mercado, observando fatores tecnológicos e seus impactos, sobretudo na economia”, diz a Ales.
“O avanço tecnológico, que no setor privado é absorvido com muita rapidez, amplia e facilita o acesso da população a serviços financeiros, muitos inclusive passaram a ser ofertados de modo gratuito”, explica o governo na mensagem encaminhada ao Legislativo. Justamente para se adaptar a esse processo tecnológico, o PL define que a preferência na consolidação de sociedades será de startups e fintechs.
O que é Startups e fintechs?
De acordo com o Sebrae, a sturtup é “uma empresa de base tecnológica, com um modelo de negócios repetível, escalável e sustentável, que vive em um cenário de riscos e incertezas”. O órgão explica que, para ser considerada um startup, é preciso que a empresa tenha uma proposta de negócio inovadora e com grande potencial de crescimento. As fintechs seguem o mesmo modelo, mas são focadas exclusivamente em soluções para o mercado financeiro, com o desenvolvimento e oferta de produtos totalmente digitais.
O governo admite que a imposição tecnológica ampliou a concorrência das instituições financeiras. “É fato que a multiplicidade de novos negócios criados ou remodelados tecnologicamente gerou uma perda de receita aos prestadores de serviços financeiros tradicionais, dentre eles o Banestes, sendo necessário buscar meios e caminhos mais inovadores para fortalecer o crescimento, através de identificação de sinergias operacionais, atração e retenção de talentos focando a perenidade e crescimento dos negócios”, conclui o governo.
Dentre os aspectos a serem observados na escolha dos negócios, o Executivo aponta a “criação de valor de fonte estável de receitas, dinamização operacional, expansão dos negócios e abrangência do mercado de atuação”. A matéria define ainda que as medidas propostas serão submetidas à aprovação do Conselho de Administração da instituição e deverão estar alinhadas com o plano de negócios da sociedade ou de suas respectivas subsidiárias.
Lucro do Banestes teve aumento de 18,4% em um ano
De acordo com divulgação feita pelo Banestes, em 22 de fevereiro deste ano, “no conceito recorrente, o Lucro Líquido do quarto trimestre somou R$ 74 milhões, crescimento de 18,4% em doze meses e de 22,8% contra o trimestre anterior. O Lucro Líquido Recorrente do ano de 2021 alcançou o montante de R$ 244 milhões, expansão de 25,4% contra 2020, excluídos fatos não recorrentes”. Naquela ocasião, o diretor-presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande, destacou as ações de desenvolvimento dos negócios do banco no período. “O ano de 2021 foi marcado por grandes ações de incentivo às atividades produtivas no Espírito Santo, apoio social do Banestes a instituições capixabas e gestão centrada na melhor experiência para o cliente. Ampliamos a oferta de crédito para pessoas físicas e jurídicas, consolidando nosso propósito de ‘crescemos juntos’, especialmente nesse momento adverso de enfrentamento dos efeitos econômicos da pandemia do novo Coronavírus. Investimos fortemente no patrocínio da cultura e do esporte no Estado e seguimos nossa jornada de transformação digital, facilitando a vida de nossos clientes e tornando ainda mais ágil os nossos serviços”, frisou o dirigente.