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Ato pela valorização do Incaper reúne agricultores e servidores de todo o Estado em Vitória

Servidores do Incaper contaram com apoio do MST em ato que exige valorização do órgão e no maior apoio aos 85 mil agricultores familiares capixabas | Foto: Incaper

Servidores e servidoras do Incaper, ao lado de agricultores de várias regiões do estado, realizaram nesta quarta-feira (13), até as 16h, o “Ato pela Valorização do Incaper, dos servidores e da Agricultura Familiar”, mobilizado pelo Sindipúblicos em conjunto com a Associação dos servidores do Incaper (ASSIN), em frente à Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger – Ed. Fábio Ruschi) e em frente ao Palácio Anchieta, ambos no Centro de Vitória.

Durante a manhã, as entidades fizeram uma ação em conjunto com o MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), Fetaes (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do ES), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a Cooperativa dos Agricultores Familiares para distribuir uma tonelada de alimentos produzidos pela agricultura familiar para a população.

O governo do Estado vem promovendo um arrocho salarial nos servidores, que denunciaram estar tudo mais caro, mas os salários não acompanham a perda do poder aquisitivo | Foto: Incaper

Protesto contra políticas públicas do governo Casagrande

Os manifestantes protestaram contra as políticas públicas insuficientes do governo estadual para a agricultura familiar, por salário dignos para os servidores do Incaper e contra o desmonte do órgão cuja importância se reflete na alimentação de toda a população estadual, uma vez que a produção da agricultura familiar corresponde a 70% da comida consumida pelas famílias capixabas, como destaca o servidor aposentado do Incaper Edegar Antônio Formentini.

“O desmonte que vem ocorrendo a nível nacional e aqui no Estado também acontece e se reflete no Incaper é um problema muito sério. O Espírito Santo tem aproximadamente 85 mil agricultores familiares e a estrutura de apoio que os agricultores precisam é a terra, crédito rural, assistência técnica, extensão rural e pesquisa pública. No entanto, o governo estadual não tem cumprido o seu papel e não está conseguindo atender nem 20 mil agricultores desses 85 mil e isso tem impacto direto na qualidade e no preço da comida fornecida para os capixabas. Por isso, o governo e a sociedade precisam entender que a agricultura familiar deve ser protegida e valorizada, assim como a pesquisa agrícola, a extensão e a assistência técnica”, considera Edegar.

Ineficácia do apoio público estadual aos agricultores familiares

A ineficácia do apoio público para o setor da agricultura familiar gera uma crescente fragilidade para essa produção e deteriora as condições de trabalho no campo. Além disso, o Incaper tem sido um parceiro muito forte no desenvolvimento de tecnologias de baixo impacto, inclusive para a produção orgânica. No Brasil, a primeira associação de produtores orgânicos foi criada no Município de Santa Maria de Jetibá, região serrana do Espírito Santo, em 1989. Grande parte do conhecimento construído sobre a produção orgânica aproveita tecnologias desenvolvidas nesta experiência pioneira.

“A gente colhe milho, feijão, abóbora, verdura, tudo sem veneno, sem agrotóxicos, com a terra limpa mesmo e depende muito do Incaper para sobreviver. Tanta gente na cidade tem pagado caro nos alimentos e o estado podia valorizar mais o Incaper e as pessoas que trabalham na roça”, conta o agricultor José Nildo, acampado do MST da localidade de Baixo Quartel, em Linhares, Norte do Espírito Santo.

MST apoia reivindicação dos funcionários do Incaper

O coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Rodrigo Gonçalves, reforça o papel fundamental do Incaper para o desenvolvimento da agricultura familiar:

“O Espírito Santo é um estado pequeno e com aptidão para a agricultura familiar e o Incaper sempre somou nesse processo por meio do oferecimento de assistência técnica e também na discussão de políticas públicas para os pequenos agricultores. É essencial o fortalecimento desse órgão no sentido de fortalecer as políticas públicas necessárias para cada comunidade e unidade de produção. Então precisamos que o governo seja sensível e pare de cortar os investimentos no Incaper e na Agricultura familiar, que é o que produz riqueza e põe alimento na mesa do povo”, completa Rodrigo.

Após a concentração em frente ao Palácio Anchieta pressionando por diálogo com o governo do estado, os servidores do Incaper, representados pela Assin e Sindipúblicos juntamente com os representantes dos agricultores familiares conseguiram uma audiência no gabinete do governador para apresentar suas reivindicações. O governador Renato Casagrande marcou uma reunião com uma comissão composta por servidores do Incaper, da Associação dos servidores do Incaper (ASSIN), Sindipúblicos e agricultores familiares, que serão recebidos entre os dias 22 e 29 de abril.