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Audiência na Assembleia nesta semana debaterá a violência em abordagens policiais

Encontro virtual nesta quinta-feira (14) chama a atenção para a violência policial; de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de pessoas mortas pela polícia bateu recorde em 2020. Segundo o anuário do FBSP, em 2020, em todo o Brasil foram mortos 6.416 civis por intervenções de policiais civis e militares da ativa, contra 194 policiais vitimados fatalmente

Despreparo da PM capixaba e a violência policial, como o que ocorreu com a mulher acima, será alvo de debate na Ales | Foto: Arquivo

A deputada estadual Iriny Lopes (PT) propôs e a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) vai realizar nesta próxima quinta-feira (14), às 15h30, com transmissão ao vivo pelo canal da Assembleia no YouTube uma audiência pública sob o tema “Aumento da violência policial e a escalada do fascismo no Brasil”. O debate VIRTUAL vai ocorrer dentro de uma audiência pública da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Ales.

A violência policial será um dos focos do debate, já que a a forma violenta e assassinatos praticados por policiais fardados ou em horário de folga tem ganhado cada vez mais destaque na mídia brasileira. “O aumento no número de abordagens com uso excessivo de força será tema de audiência pública”, destaca a Assembleia Legislativa no convite para a população participar da discussão.

O tema do encontro – “Aumento da violência policial e a escalada do fascismo no Brasil” – chama a atenção para um problema que não é apenas de segurança pública, mas também social. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de pessoas mortas pela polícia brasileira bateu recorde em 2020 (6.416 mortos), um aumento de quase 200% desde que se iniciou esse registro histórico, em 2013.

Espancamento de mulher pela PM em Guarapari

Segundo a Ales, a audiência também foi motivada por um caso recente no Espírito Santo que ganhou destaque nacional: a abordagem violenta de autoridade policial capixaba contra uma mulher em surto psicótico no município de Guarapari, no dia 28 de setembro. O caso está sendo apurado pela corregedoria da Polícia Militar.

Por se tratar de tema que envolve diferentes políticas públicas, o encontro contará com a presença da secretária estadual de Direitos Humanos, Nara Borgo e do secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ofranti Ramalho, além de representantes do Ministério Público e de entidades sociais ligadas ao tema. A seguir leia a íntegra mais recente do anuário “Atlas da Violência 2021”, editado pelo Ipea:

atlas-violencia-2021-v6

Discriminação social, racial e de minorias pela PM

Um outro dado que consta na mais recente edição do anuário “Atlas da Violência 2021”, editada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), consta que existe violência de policiais militares motiva por discriminação econômica, racial e de grupos minoritários. E o documento cita a violência contra pobres, negros e pessoas LGBTQI+. O fato é constatado rotineiramente no Espírito Santo.

“O terceiro ponto de atenção diz respeito ao uso da violência por policiais, conjugada à ausência de mecanismos institucionais de controle quanto aos padrões institucionais do uso da força, o que propicia não apenas a vitimização de civis, mas também de policiais. Em 2020, segundo o “Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021” (FBSP, 2021), foram 6.416 civis mortos por intervenções de policiais civis e militares da ativa, contra 194 policiais vitimados fatalmente”, afirma o anuário do Ipea na sua edição deste ano.

A Polícia Militar capixaba atua com violência máxima em bairros pobres da periferia da Região Metropolitana de Vitória, mas não faz o mesmo em bairros onde mora a elite econômica. A violência brutal praticada recentemente pela PM do Espírito Santo contra uma mulher em Guarpari, onde ficou evidenciado o total despreparo na formação de policiais, foi executada em um bairro pobre da periferia daquele município e não no centro nobre daquele balneário. A localização, entre um local de elite com dinheiro e outro com pessoas na pobreza influi. O poder aquisitivo maior fala mais alto.