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Banco Mundial prevê desaceleração acentuada do crescimento econômico em 2023


Novo relatório estima crescimento de 1,7% em 2023 e 2,7% em 2024, sem descartar recessão global em caso de acontecimentos desfavoráveis


Ceagesp São Paulo | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Um estudo do Banco Mundial mostra que o crescimento econômico global está desacelerando de forma acentuada. Os motivos são inflação elevada, taxas de juros mais altas, redução dos investimentos e repercussões da invasão russa na Ucrânia. Segundo o relatório Perspectivas Econômicas Globais, qualquer novo acontecimento desfavorável, como um recrudescimento da pandemia de Covid-19, poderia levar a uma nova recessão mundial. Assim, pela primeira vez em mais de 80 anos, haveria duas recessões globais na mesma década.

A economia global tem previsão de crescimento de 1,7% em 2023 e 2,7% em 2024. Já o Brasil deve crescer 0,8% em 2023. Isso por causa das altas taxas de juros, que restringem os investimentos, e das exportações que vêm crescendo em ritmo mais lento. Para 2024, a estimativa é de 2%. Para quem desejar fazer download do estudo do Banco Mundial, em arquivo PDF no idioma inglês, é só clicar neste link.

Na África Subsaariana, que abriga 60% dos pobres do mundo, espera-se que o crescimento da renda per capita seja, em média, de apenas 1,2% nos próximos dois anos. Essa taxa pode fazer com que os níveis de pobreza aumentem, em vez de cair. Em Angola, a média de crescimento para o período de 2023 a 2024 deve desacelerar para 2,8%, ante o crescimento de 3,1% no ano passado. A produção de petróleo se estabilizou, ajudando a melhorar a posição fiscal do país.

Porém, o Banco Mundial diz que é aguardado que os preços mais baixos do petróleo, associados às medidas de consolidação fiscal para reduzir a dívida pública, pesem sobre os gastos do governo e limitem o crescimento econômico.

Exportações e importações

Moçambique tem previsão de crescimento de 5%, impulsionado pelo aumento das exportações de petróleo e gás natural. Cabo Verde, por sua vez, é um dos pequenos países africanos que têm lutado com o aumento dos preços das importações e vem sendo prejudicado por fluxos mais lentos de remessas do exterior. A economia nacional deve crescer 4,8% em 2023.

A estimativa de crescimento para Guiné-Bissau é de 4,5%. Para São Tomé e Príncipe, 2,1%. Na Guiné Equatorial, a economia deve contrair 2,6% em 2023. E, fora da África, Timor-Leste tem previsão de crescimento de 3%.