Houve necessidade de o Sindicato dos Bancários do ES intervir e impedir que a agência de Maruípe, em Vitória (ES), fosse aberta com insuficiência de funcionários. Inicialmente o Banestes chamou a PM para desmobilizar os dirigentes sindicais, mas ao não obter sucesso, foi obrigado aceitar as exigências dos sindicalistas
Dirigentes do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários-ES) fizeram uma ação na manhã da última quinta-feira (2) para impedir a abertura da agência do Banestes em Maruípe, região central de Vitória (ES). Segundo o diretor do Sindicato Jonas Freire, não havia condições de a agência funcionar com apenas quatro funcionários.
Inicialmente, o banco controlado pelo atual Governo do Estado, se recusou à negociar e acionou a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), para transformar um caso de abuso patronal em policial. Os ´policiais vieram para defender o banco estadual e fizeram, segundo relato dos sindicalistas, uma abordagem junto aos dirigentes sindicais. Estes explicaram o motivo do protesto e os policiais, reconhecendo que era uma contravenção patronal e não caso de polícia, deixaram o local sem forçar a abertura da agência.
Após insucesso de investida policial, Banestes negociou
Somente após ao insucesso da investida contra os sindicalistas, com uso de força policial, que o superintendente do banco esteve no local e prometeu reforçar a equipe com mais dois funcionários. De acordo com, relato do Sindibancários, o banco convocou de última hora a própria gerente-geral da unidade, que estava de abono nessa última quinta-feira. Por volta das 12h30, após a chegada dos três funcionários, os dirigentes do Sindicato liberaram a abertura da agência, que passou a funcionar normalmente.
Jonas criticou a gestão do diretor-presidente do Banestes, Amarildo Casagrande. “Essa é uma gestão que não respeita as funcionárias e os funcionários do Banestes. Chega a ser desumano abrir uma agência com apenas quatro funcionários. Não tem como atender as demandas de uma agência inteira com quatro funcionários. Além do desrespeito aos empregados, a direção do banco demonstra que não se preocupa em garantir um atendimento de qualidade aos seus clientes”, afirmou Jonas.
“Sem diálogo”, diz sindicato
Carlos Pereira da Silva (Carlão), dirigente do Sindicato e membro do Comando Nacional dos Bancários, afirmou que o número insuficiente de funcionários para abrir a agência nesta quinta-feira era uma situação previsível.
“Assim que soubemos que cinco funcionários deixariam a agência neste último PDV, entramos em contato com o gerente-geral de Recursos Humanos, Alexandre Carlquist, para alertar que a agência não poderia funcionar com apenas quatro funcionários”, relatou Carlão. O Sindicato também enviou ofício à direção do banco no dia 30 de dezembro pedindo providências, já que os funcionários que entraram no PDV se desligariam no dia 31.
“Lamentavelmente, a direção do Banestes foi, como em outras ocasiões, relutante em buscar uma saída negociada com o Sindicato”, registrou Carlão. Jonas completou: “Sem diálogo, restou ao Sindicato impedir a abertura da agência para proteger os funcionários. O sobrecarga de trabalho, as pesquisas apontam, é o principal motivo do adoecimento mental dos bancários. O banco sabe disso, mas parece não se importar com a saúde dos seus trabalhadores”, protestou Jonas.