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Bolsonaristas continuam atrapalhando moradores e comerciantes de Vila Velha (ES), sem ação enérgica das autoridades

Com omissão da Prefeitura de Vila Velha e da PM, atos antidemocráticos desafiam a ordem do ministro Alexandre de Morais de desinterdição das vias públicas na Praianha, em Vila Velha (ES) | Imagem: ReproduçãoYouTube

Com omissão da Prefeitura de Vila Velha (PMVV) e da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), atos antidemocráticos continuam confrontando a ordem do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou que as vias públicas sejam desobstruídas dos baderneiros bolsonaristas. Mas a afronta ao STF continua ocorrendo na Prainha, que fica ao lado do quartel do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, em Vila Velha (ES).

Enquanto a Prefeitura de Vila Velha não manda a sua Guarda Municipal retirar os bolsonaristas e a PMES ignora solenemente as interdições dos acessos à Prainha, local onde se encontra a Câmara de Vereadores de Vila Velha, os moradores e os comerciantes reclamam da baderna, sujeira e do barulho até depois das 22 horas, quando a PMVV deveria aplicar a lei do silêncio. Já os comerciantes da região, principalmente o mercado de peixes, dizem que os baderneiros estão provocando queda na atividades comerciais, com prejuízos nas vendas. A queda no comercio é de 40%.

O pequeno grupo insatisfeito com a democracia e com a derrota do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (PL), fazem todo o tipo de baderna, diante da omissão das autoridades municipais e estaduais. Com a “permissão” dada pela Prefeitura e pela PM, moradores e comerciantes dizem que os baderneiros promovem aglomeração de carros e de pessoas nas ruas da Prainha, impedindo o livre trânsito de veículos e até de pessoas que não aceitam esse tipo de ato antidemocrático. Os bolsonaristas ainda promovem buzinaços e utilizam caixas de som em alto volume até de madrugada.

Baderneiros bolsonaristas na Prainha, em Vila Velha (ES) e a deputada estadual Iriny Lopes (PT) | Imagens : Redes sociais

Desabafo da deputada estadual Iriny Lopes (PT)

A deputada estadual reeleita Iriny Lopes (PT) usou a sua conta no Facebook para fazer um desabafo com o título “Golpistas causam transtorno na Prainha até quando, prefeito?. “Desde o final das eleições, que consagrou Lula como presidente, golpistas, incentivados por empresas que nós e o Ministério Público bem conhecemos, permanecem acampados na Prainha, sítio histórico de Vila Velha, estabelecido pela Lei 5.657 de outubro de 2015. A preservação histórica e cultural de uma área tombada pressupõe limitações, como circulação de caminhões, carros e ônibus pesados, já que a trepidação pode desestabilizar ainda mais a estrutura das edificações, entre tantas outras observações feitas pelo Iphan.”

“Desde o final das eleições, que consagrou Lula como presidente, golpistas, incentivados por empresas que nós e o Ministério Público bem conhecemos, permanecem acampados na Prainha, sítio histórico de Vila Velha, estabelecido pela Lei 5.657 de outubro de 2015. A preservação histórica e cultural de uma área tombada pressupõe limitações, como circulação de caminhões, carros e ônibus pesados, já que a trepidação pode desestabilizar ainda mais a estrutura das edificações, entre tantas outras observações feitas pelo Iphan.”

“Para além da observância da legislação municipal, a Constituição em si já seria suficiente para aplicar em relação a manifestantes que defendem golpe militar no país, entre outros absurdos ilegais e passíveis de investigação e indiciamento. Passados quase 15 dias, é incompreensível a complacência do prefeito Arnaldinho Borgo , que nada faz para fazer cumprir legislações, incluindo a Lei do Silêncio. Mantém o privilégio de golpistas e cerceia direitos de moradores e comerciantes da Prainha, que reclamam de tráfego de caminhões, buzinaços (inclusive de madrugada) e uso excessivo de rojões e fogos, além de atrapalhar estacionamento que seria usado por frequentadores do comércio”, prosseguiu.

“A Prefeitura de Vila Velha tem obrigação de zelar pela lei e usar a guarda municipal e fiscalização para fazer valer os direitos dos moradores. Barulho constante, para além de ser um incômodo, causa repercussão na saúde de idosos, de pessoas do espectro autista e a população em geral do bairro, que não consegue ter um minuto de paz para repousar. Também os animais domésticos e os silvestres que ficam na mata do Convento e na área militar sofrem com o barulho de rojões – um cão já morreu de infarto, inclusive. Portanto, acrescenta-se às muitas ilegalidades o crime ambiental”, continuou.

“Sabemos que o Ministério Público Federal e o estadual estão investigando os financiadores estaduais, nacionais e participantes dessa ocupação ilegal no sítio histórico e cultural, já que esses estão cometendo crime ao defenderem intervenção e golpe militar, mas seria importante que o Ministério Público também provocasse a gestão municipal a cumprir sua missão de garantir o bem-estar do povo e o respeito à legislação. Deixo aqui registrada minha solidariedade com moradores e comerciantes da Prainha. Podem contar com o empenho e apoio de meu mandato”, concluiu Iriny Lopes.

Alguns participantes dos atos antidemocráticos na Prainha ostentam nas camisas nomes de empresas | Imagem: Reprodução/YouTube

Empresários que financiam atos antidemocráticos não são punidos

A participação de grupos bolsonaristas na Prainha não é de graça. Tem custo. Na montagem de barracas, nos carros e  no aluguel de mini trios elétricos, que saem pelos municípios vizinhos, como Cariacica, para convidar mais pessoas para a baderna antidemocrática. Há gastos com alimentação e água mineral. Enfim, tudo que é feito ali exige dinheiro e a fonte desses recursos vem de empresários bolsonaristas, que até agora não foram punidos pelas autoridades policiais e do Judiciário.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, assinada pelos jornalistas Tahísa Feitosa e Cézar Feitosa, empresários bolsonaristas antidemocráticos enviam funcionários  e bancam despesas  para inflar os atos antidemocráticos. Enfim, quem está participando dessas badernas não são cidadãos comuns insatisfeitos com a derrota de Bolsonaro, mas grandes empresários do setor urbano e rural. Nesse caso, são os donos do capital de empresas, indústrias e do agronegócio capixaba quem estão bancando a baderna.

Estímulo à baderna por políticos de extrema-direita

Políticos bolsonaristas de extrema-direita do Espírito Santo estão “tocando fogo” nos grupos de apoiadores de Bolsonaro, oferecendo incentivo para quem afrontem as ordens de desocupação das interdições em vias públicas, ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Tanto os municipais, quanto os políticos extremistas de direita com cargos nos legislativos estadual e federal.

Deputado federal bolsonarista derrotado nas últimas eleições, Neucimar Fraga, em discurso na Câmara dos Deputados, na última semana | Vídeo: Redes sociais

O deputado derrotado nas eleições 2022, Neucimar Fraga (PSD-ES), jogou estímulo para a baderna por sugerir que o novo governo Lula vai transformar o Brasil “numa Venezuela”. Mas a sociedade brasileira tem que reagir”, incentivou Fraga. “Assim começou na Venezuela também. Uma ditadura”, inventou o político que não retornará mais à Câmara dos Deputados por ter sido rejeitado nas eleições do último mês.

Deputado estadual bolsonarista derrotado nas últimas eleições, Torino Marques (PTB) Torino Marques em discurso na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, onde denomina a baderna antidemocrática como sendo “liberdade” | Vídeo: Facebook

Outro deputado (estadual) bolsonarista derrotado nas últimas eleições, Torino Marques (PTB), disse na sua conta no Facebook que: “Durante a Sessão desta quarta-feira (9), fiz um apelo pela liberdade e pela vigília do povo. Comentei que o país, neste momento vive sob a ameaça até mesmo de ocupação do nosso território – e que isso exige, mais do que nunca, que estejamos prontos para defender a nossa pátria. Cada um de nós precisa dar sua contribuição e ir à luta. Vamos nos manter acesos, unidos e fortalecidos para que as nossas Forças Armadas possam agir em nossa defesa.”