Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, disse que 20 países, entre eles o Brasil governado por Bolsonaro, integram um grupo de nações “lacais” aos Estados Unidos da América (EUA) juntamente com a Organização dos Estados Americanos (OEA), que é o “ministério das colônias yankees”
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, criticou com veemência a mobilização internacional contra seu país em resposta à repressão do regime durante as recentes manifestações na ilha. O líder cubano contestou a posição dos Estados Unidos e dos países que se uniram, no âmbito da OEA, exigindo respeito aos direitos humanos.Com informações da Rádio-France Internacional (RFI) e do diário cubano Granma,
Díaz-Canel afirmou nesta terça-feira (27) que os Estados Unidos buscam condenar seu governo no Conselho Permanente da OEA, após conseguir por “imposição” que cerca de 20 países se juntassem na exigência de respeito aos direitos humanos. “O próximo, vergonhoso e anunciado passo do macabro plano contra #Cuba é a imposição do Conselho Permanente da OEA”, disse o líder cubano via Twitter. Antes de acrescentar que “o desacreditado ministério das colônias yankees (a OEA) é convocado a desempenhar seu triste papel de lacaio”.
Cuba foi excluída da OEA em 22 de janeiro de 1962, devido à sua adesão ao bloco comunista soviético e seu confronto com Washington, desde 1961. Em 2009, os membros da organização rescindiram a exclusão, mas Havana se recusa a retornar.
Brasil de Bolsonaro faz parte dos “lacaios”
As declarações de Díaz-Canel desta terça-feira foram feitas após cerca de 20 países, entre eles o Brasil, se unirem ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um chamado ao governo cubano para que “respeite os direitos e liberdades garantidos por lei ao povo cubano e liberte os detidos”. A declaração conjunta se refere especificamente à ação violenta do governo cubano durante protestos inéditos contra o Executivo, realizados há duas semanas na ilha.
“As declarações do secretário de Estado dos EUA baseiam-se no apoio de um punhado de países que foram pressionados a acatar seus ditames”, afirmou o chanceler cubano Bruno Rodríguez em um tuíte. “Cuba conta com o apoio de 184 nações que exigem o fim do bloqueio”, apontou o chefe da diplomacia, que pediu ao governo dos Estados Unidos que apresente provas “que demonstrem essas acusações caluniosas”.
Ataque à Embaixada em Paris
O dirigente cubano também questionou as manifestações realizadas nos últimos dias contra seu governo em frente às embaixadas cubanas em várias capitais, além do ataque à representação diplomática de Cuba em Paris, na noite da última segunda-feira (26). “Os ‘manifestantes pacíficos’ contra a #RevoluçãoCubana chegaram até #Paris com o incentivo das campanhas anticubanas geradas em #Washington? É o retorno do terrorismo contra as embaixadas cubanas?”, questionou o presidente nas redes sociais.
O corpo de bombeiros de Paris confirmou que dois coquetéis molotov foram lançados contra a embaixada cubana na capital francesa, que sofreu danos menores. A polícia não divulgou detalhes sobre o caso.
Segundo a chancelaria de Cuba, o ataque ocorreu às 23h45 pelo horário local, com três coquetéis molotov, dois dos quais atingiram a parte externa da embaixada, e um, a interna, causando um incêndio controlado por funcionários. Cuba denunciou imediatamente que sua embaixada foi alvo de um “ataque terrorista”, responsabilizando Washington pela agressão.
“Responsabilizo o governo dos Estados Unidos por suas campanhas contínuas contra o nosso país, que estimulam esse tipo de conduta, e pelos chamados à violência, com impunidade, a partir do seu território”, declarou o chanceler Bruno Rodríguez.
Uma porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores disse que Paris “condena o ataque” e relatou “alguns danos materiais”. O Ministério Público francês abriu uma investigação por “degradação por substância explosiva ou dispositivo incendiário” e implementou “medidas para reforçar o sistema de segurança em torno da embaixada”.
O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, acusou nesta segunda-feira (12) o governo dos Estados Unidos de seguir “uma política de sufocamento econômico para provocar agitações sociais” na ilha, em reação a protestos históricos que tomaram Cuba neste domingo (11). O presidente americano, Joe Biden, por outro lado, o motivou a “ouvir seu povo”.