O alerta é do diário espanhol El Pais, na sua edição desta quarta-feira (28), que após ter ouvido especialistas brasileiros, de que o atraso na vacinação contra o Covid-19 no Brasil vai fazer o país sofrer ainda mais com a chegada da terceira onda. E o jornal acrescenta, não é questão de “se” mas de “quando” vai iniciar a nova fase mais contaminante e com maior número de mortos.
Os especialistas ouvidos pelo jornal espanhol criticaram que ainda é cedo para comemorar a leve queda nos números da pandemia, nestes últimos dias, com os Estados suavizando as medidas de restrição responsáveis pela redução dos números. E já dá dica de quando os contágios e mortes vão se elevar. Com a proximidade do Dia das Mães em 9 de maio —uma das maiores datas para o comércio e momento de confraternização e encontros— há o temor de alta dos casos e mortes como a verificada após os feriados do final de ano em 2020.
Por enquanto o Brasil tem o mês de abril mais letal de sua história, proporcionada pelo Covid-19. São quase 400 mil mortos, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) desta última terça-feira (27). A flexibilização das medidas de restrição, como ocorre em São Paulo, onde restaurantes, salões de beleza e academias puderam voltar a funcionar desde o fim de semana, é vista como temerária por médicos e pesquisadores ouvidos pelo El Pais.
Sem razão para alívio
O prognóstico para o Brasil não é bom. Ocorre como acontece atualmente uma leve queda, para em seguida voltar a subir o numero de casos e de óbitos. Não existe razão para ficar aliviado. A queda dos números verificada na última semana é um processo natural de epidemia, vale para a dengue e várias outras. Mas ainda estamos em um patamar altíssimo. Se relaxarmos demais essa queda pode se tornar um platô, e pode inclusive ocorrer uma reversão da queda,conclui o periódico.
O interesse de alguns Estados em utilizar as vacinas reservadas para a segunda dose dos idosos, para aplicar em policiais, com o intuito de arrefecer os ân imos golpistas provocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dentro de uma conjuntura onde não há vacinas suficientes, trará problemas. Os idosos não terão a segunda dose, assim como os policiais.