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Brasil recebe recertificação de país livre do sarampo


Em 2016, país já havia alcançado status, mas em 2018, o Governo Michel Temer não teve cuidado com as coberturas vacinais e permitiu a reintrodução do vírus. Certificado foi entregue ao presidente Lula e à ministra Nísia Trindade


Brasil recebe recertificação de país livre do sarampo | Foto: Ricardo Stuckeret/PR

O Brasil recebeu a recertificação de país livre do sarampo. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) entregou o certificado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra Nísia Trindade. Em 2016, o Brasil já havia alcançado esse status, no entanto, em 2018, as baixas coberturas vacinais  no Governo Michel Temer permitiram a reintrodução do vírus no país.

Agora, a recertificação marca a recuperação do status das Américas como uma região livre de sarampo endêmico. “Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, declarou o presidente Lula.

Para reverter o quadro, o Governo Federal investiu em vacinação nas fronteiras e em locais de difícil acesso, também na busca ativa de casos suspeitos, realização de Dia S de combate ao sarampo, oficinas de resposta rápida a casos de sarampo e rubéola nos territórios, além de cursos online de manejo clínico de sarampo, por meio da UNASUS. Todas as ações coordenadas por meio do Plano de Ação para reverificação do sarampo e sustentabilidade da eliminação da rubéola, republicado pelo Ministério da Saúde em 2024.

Ministra

A ministra Nísia Trindade declarou ser um dia especial, “que reflete o movimento nacional de gestores, da comunidade científica, da vigilância em saúde e do parlamento, todos empenhados em fortalecer a vacinação e a saúde pública. Esse reconhecimento é uma conquista coordenada pelo governo federal, mas resultado do esforço conjunto de muitas frentes e do nosso SUS”.

Ainda em 2023, o financiamento do Governo Federal para manutenção da eliminação das doenças ultrapassou R$724 milhões, com investimentos em vigilância em saúde, laboratórios estaduais, imunobiológicos, além de oficinas para todos os estados brasileiros sobre microplanejamento e multivacinação, realizadas nos 5.570 municípios. O modelo de microplanejamento adotado, recomendado pela OMS, inclui atividades direcionadas às especificidades locais e busca fortalecer o acesso da população à vacinação durante todo o ano.

“Esse é um momento importante para reforçar o papel do nosso Programa Nacional de Imunizações e de toda a competência técnica espalhada pelo Brasil. Nossa câmara técnica tem trabalhado com comprometimento e dedicação para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. É uma vitória do Brasil, do povo brasileiro e de cada vacinador e pessoa vacinada, assim como daqueles que infelizmente não tiveram acesso à vacina quando precisaram. Que este dia represente uma conquista e um desafio permanente, do qual não abriremos mão. A saúde exige cuidado, paciência e compromisso com a nossa população”, complementou a ministra Nísia.

Sarampo

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). Algumas dessas complicações podem ser fatais. Como o sarampo continua a circular em outras regiões do mundo, o risco de reintrodução nas Américas persiste, especialmente em crianças que não estão totalmente vacinadas.

Para Jarbas Barbosa, diretor da Opas/OMS, o papel da ministra Nísia Trindade e do presidente Lula nessa conquista é fundamental. “A combinação de capacidade técnica e liderança mostra como as coisas acontecem. É inspirador ver a retomada do programa de imunizações, com o presidente da República usando o broche do Zé Gotinha, vacinando-se publicamente e incentivando a população, o que faz uma enorme diferença e serve de exemplo para que outros líderes da região também assumam esse compromisso”, afirmou.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), as Américas também eliminaram a rubéola e a síndrome da rubéola congênita em 2015, uma conquista que os países da região têm mantido desde então.