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Brasil tem a terceira maior população pet do mundo


A liderança é cães., seguido de aves. Os gatos estão em terceiro lugar. Em seguida vem os peixes ornamentais


Brasil tem a terceira maior população pet do mundo | Foto: Freepik

De acordo com estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil possui a terceira maior população “pet” do mundo: algo entre 150 e 160 milhões de animais de estimação — mais de três vezes a população do estado de São Paulo. Desse total, os cães são a maioria dos pets no país: cerca de 60 milhões. Em segundo lugar aparecem as aves (40 milhões); em terceiro, os gatos (30 milhões); e, em quarto, os peixes ornamentais (20 milhões).

São esses números que o Senado Federal utiliza para dar embasamento a projetos de lei já aprovados e os que estão em andamento. Segundo a Agência Senado, o órgão de comunicação social oficial daquela Casa de Leis, essa projeção serviu para embasar a Lei 15.046, de 2024, que criou o Cadastro Nacional de Animais Domésticos, com o objetivo é concentrar num mesmo banco de dados, informações sobre animais e tutores, que poderão servir para decisões futuras, especialmente quanto a questões sanitárias — como propor campanhas de vacinação. 

E também auxiliou nos projetos de lei (PL) em tramitação, como o PL 1.136/2022. Proposto pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), visando assegurar a boa convivência entre os pets, seus donos e os vizinhos.; o PL 1.474/2024, de Randolfe Rodrigues (PT-AP), que objetiva garantir que a caixa para transporte aéreo do animal seja pelo menos 50% maior do que o tamanho do pet, para que ele possa se movimentar.

Outros são o PL 1.510/2024, do senador Eduardo Gomes (PL-TO), permitindo transporte de animais de estimação na cabine dos passageiros, desde que eles tenham no máximo 50 quilos, sem necessidade de contêiner ou objetos semelhantes. E o PL 1.903/2024, do senador Wellington Fagundes (PL-MT), prevendo a implementação de diretrizes específicas, em colaboração com órgãos reguladores da aviação civil, para garantir condições adequadas ao transporte de pets.

Detalhes

Outra entidade utilizada pelo Senado para fornecer subsídios referente à população pet brasileira é da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) na pesquisa denominada Radar Pet. Nesse estudo foi dada a garantia de que mais de 37 milhões de domicílios no Brasil contam com algum pet, na esmagadora maioria cães ou gatos.

“Mais do que simples estatísticas, os dados obtidos pelo Radar Pet mostram os hábitos de consumo dos tutores e seus pets. Trata-se de um segmento em franco crescimento no Brasil, mas ainda aquém do observado nos países desenvolvidos”, afirma Leonardo Brandão, coordenador da Comissão de Animais de Companhia do Sindan

Cerca de 53% dos domicílios brasileiros contam com cães ou gatos. Dentro desse percentual, 44% são habitados por cães e 21% por gatos. Há uma média de 1,72 cães e 2,01 gatos por lares brasileiros. Os gatos, em geral, são os pets de entrada (o primeiro contato de pessoas com os animais de companhia) e contam com um crescimento 3 vezes maior do que os cães dentro do Brasil, de acordo com Leonardo.

“Temos mais cães, mas os gatos têm ganhado um grande espaço nos lares brasileiros. É um animal de entrada para muitas pessoas e famílias. No Nordeste, por exemplo, há já uma predominância dos gatos. Um dos possíveis motivos para isso, além do perfil do animal, é um custo mais baixo mensal. O gato vai ser o pet do futuro”, observa.

‘Os gatos, em geral, são os pets de entrada (o primeiro contato de pessoas com os animais de companhia) e contam com um crescimento 3 vezes maior do que os cães dentro do Brasil’, diz Leonardo Brandão, do Sindan | Fotos: Freepik

Tipos de pet

Os vira-latas ou Sem Raça Definida (SRD) são a grande maioria dos animais de companhia brasileiros. Entre os cães, 42% são vira-latas. Cerca de 70% daqueles com raça definida são de pequeno porte. As raças favoritas dos brasileiros são, respectivamente, pincher, poodle e shitzu. Entre os gatos, 65% são sem raça definida. Entre aqueles com raça, os siameses são predominantes.

Mercado pet brasileiro | Infográfico: Agência Senado

A maior parte das pessoas responsáveis pelos cuidados dos animais de companhia são mulheres, com uma média 60%. Além disso, 58% dos tutores são casais ou pessoas que moram juntas. Grande parte dos responsáveis, tanto por cães ou gatos, também são famílias com filhos de diversas idades. Apenas cerca de 10% dos tutores moram sozinhos.

A grande maioria dos pets, sejam cães ou gatos, chegaram aos seus tutores como um presente ou por meio de processo de adoção. Entre os animais nos lares brasileiros, 33% dos cães e 59% dos gatos foram adotados. Leonardo analisa que, durante a pandemia, é provável que os números tenham crescido consideravelmente.

População pet no Brasil | Infográfico: Agência Senado

Psicólogos

Segundo a psicóloga clínica Alessandra Petraglia, ouvida em audiência pelo Senado Federal, a interação e o convívio com os animais de estimação liberam ocitocina (ou oxitocina), que é conhecida como o “hormônio do amor”. Esse hormônio, observa ela, pode gerar a sensação de relaxamento e bem-estar ao tutor do pet.

“Interagir com os animais pode trazer a sensação de presença constante. O pet oferece companhia emocional e alivia os sintomas da ansiedade e da solidão. Também combate e previne a depressão porque traz uma rotina, uma estrutura diária ao tutor do animal, promovendo um senso de responsabilidade”, acrescenta.

Segundo a psicóloga clínica Alessandra Petraglia, a interação e o convívio com os animais de estimação liberam ocitocina (ou oxitocina), que é conhecida como o “hormônio do amor”. Esse hormônio, observa ela, pode gerar a sensação de relaxamento e bem-estar ao tutor do pet.

O descaso das companhias aéreas brasileiros provou revolta no ano passado com a morte de cães no compartimento de carga dos aviões | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

— Interagir com os animais pode trazer a sensação de presença constante. O pet oferece companhia emocional e alivia os sintomas da ansiedade e da solidão. Também combate e previne a depressão porque traz uma rotina, uma estrutura diária ao tutor do animal, promovendo um senso de responsabilidade — acrescenta.

O também psicólogo Marcos Ribeiro e a médica veterinária Fabieni Okiyama ressaltam o impacto da integração dos pets com seus tutores. “Eles são parte da família e têm uma interferência muito positiva na nossa saúde mental”, diz Marcos, que possui dois gatos. Fabieni, que trabalha no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília, destaca que, “quando os animais fazem parte da família”, essa integração é chamada de “família multiespécie”.