O reajuste anunciado pelo governador do PSB capixaba, Renato Casagrande, abaixo da inflação medida pelo INPC em 2021, revoltou os servidores. A inflação que corrigiu o salário mínimo para 2022 foi de 10,18%. Casagrande anunciou um “reajuste linear de 6%”, gerando uma perda do poder aquisitivo de 4,18%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo denominado Sindipúblicos- ES), nos três anos do atual governo Casagrande, foram 21,89% de perdas salariais, que somada às dos anos anteriores, totalizou 60,17% em dezembro de 2021. O Sindicato já articula greve e paralisações.
“Mesmo o Espírito Santo tendo alcançado nota A e estar bem abaixo dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) o governador Renato Casagrande anunciou um índice bem abaixo da inflação acumulada repetindo a fórmula do seu antecessor Paulo Hartung. Só em 2021, a inflação no Espírito Santo bateu os 11,5% (IPCA. Além de não cumprir com sua palavra, que garantiu durante as eleições que iria recompor – ao menos em parte – as perdas já acumuladas, o governador Casagrande contribuiu para aumentar o achatamento salarial dos servidores públicos”, disse a entidade em nota.
Sindicato reclama da falta de diálogo
“Considerando que os 3,5% anteriores foram engolidos pelo aumento de 3% da previdência, vamos ter em quatro anos apenas 6% de recomposição, o que não cobre sequer o último ano de inflação” comenta Iran Milanez. “Não há diálogo, não há transparência. Não há nenhuma negociação. Sem nenhuma justificativa apresentaram um índice fora da realidade. Um desrespeito aos servidores que durante toda a pandemia continuaram atuando pela sociedade” complementa Iran.
“Diante ao anúncio do governo, bem abaixo do esperado, o Sindipúblicos anuncia que irá em breve convocar uma assembleia para decidir os rumos do movimento pela recomposição inflacionária, onde será discutido a possibilidade de greves e paralisações”, completou a nota do Sindipúblicos-ES.
Reajuste abaixo da inflação vai à Assembleia
De acordo com nota do governo do Estado, os reajustes diferenciados de 6% para a maioria dos servidores públicos e o de 10% para os policiais e guardas de presídio terá projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) ainda nesta semana.
O reajuste será aplicado a partir de fevereiro deste ano, contemplando mais de 95 mil profissionais, entre ativos (efetivos, comissionados e designação temporária), aposentados e pensionistas. O investimento resultará num acréscimo anual de, aproximadamente, R$ 400 milhões em gastos com pessoal.
“O Governo do Estado ficou impedido de conceder reajuste em 2020 e 2021, por conta de vedações impostas pela Lei Federal Nº 173/2020. Mas, neste ano, foi possível propor um percentual que abrangerá todas as carreiras. A medida é uma maneira de valorizar o importante trabalho desempenhado pelos servidores públicos estaduais”, justificou o secretário de Estado de Gestão e Recursos Humanos, Marcelo Calmon.